terça-feira, 19 de outubro de 2010

Identidade X tolerância

A intolerância religiosa e cultural na Europa cresce com o desemprego. No entanto,a mobilização de setores da extrema direita contribui para que algumas lideranças políticas, de olho nas futuras eleições,adiram ao velho e morfado discurso xenófobo inspirado nos princípios esdrúxulos do nazismo.
VEJAM A REPORTAGEM PUBLICADA NA REVISTA fORUM

As declarações xenófobas de Angela Merkel
Chanceler alemã afirma que construção de uma sociedade multicultural falhou e alerta comunidade imigrante: “sentimo-nos ligados a valores cristãos. Quem não aceitar isto, não tem lugar aqui”.

Por Redação[19 de outubro de 2010 - 10h36]
Angela Merkel, chanceler alemã, afirmou, perante uma plateia constituída por militantes da Junge Union (JU) - organização juvenil conjunta dos partidos conservadores União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU), que "a perspectiva de que poderíamos construir uma sociedade multicultural, vivendo lado a lado e gozando da companhia uns dos outros, falhou. Falhou completamente".

Num discurso marcado por uma manifesta aproximação à direita, e segundo escreve a Associated Press, Angela Merkel defendeu ainda que “subsidiar os imigrantes” não basta, a Alemanha tem o direito de “fazer-lhes exigências”.

O sucesso da integração dos imigrantes é, nas palavras de Merkel, da sua exclusiva responsabilidade. Os mesmos terão que adotar a cultura e os valores alemães. A responsável alemã alerta: “sentimo-nos ligados a valores cristãos. Quem não aceitar isto, não tem lugar aqui”.

O secretário-geral do Conselho Geral dos Judeus na Alemanha, Stephan Kramer, já veio criticar aquele que considera ser um discurso xenófobo, orientado para fins eleitoralistas.

Polêmica em torno da integração dos imigrantes

Segundo noticia o Deutsche Welle, a polêmica em torno da integração dos imigrantes agudizou-se mediante as declarações proferidas em agosto pelo então membro do conselho de administração do Bundesbank, Thilo Sarrazin, que associou os gastos com subsídio e a criminalidade à população muçulmana na Alemanha.

Na noite anterior ao discurso da chanceler alemã, o líder da CSU e governador da Baviera, Horst Seehofer, já havia afirmado que os imigrantes no país têm que aceitar a “cultura predominante” e que a Alemanha não se podia transformar “na previdência social para o mundo inteiro”, rematando que “o multiculturalismo está morto”.

As declarações de Angela Merkel virão, neste contexto, aprofundar o clima de desconfiança, apreensão e até mesmo xenofobia contra os cerca de 16 milhões de imigrantes que vivem no país, e, em especial, contra a comunidade muçulmana, que conta com aproximadamente 5 milhões de pessoas.

55% da população alemã pensa que os árabes são "pessoas indesejáveis"

O estudo, recentemente divulgado, da Fundação Friedrich Ebert, que a Lusa cita, conclui que cerca de 58% dos alemães são a favor da limitação da liberdade religiosa dos muçulmanos na Alemanha. Os resultados deste estudo demonstram, igualmente, que 30% dos inquiridos considera que o país foi "invadido por estrangeiros" e que 55% pensa que os árabes são "pessoas indesejáveis". 30% acredita ainda que os 16 milhões de imigrantes só procuraram a Alemanha para usufruir de benefícios sociais.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Da Casa Grande aos Condomínios de Luxo


A velha casa ainda existe no imaginário brasileiro.E no Brasil atual?

A UDN no shopping e nas eleições

Republica matéria da Agência DIAP, 22/08/2010

Por Laurez Cerqueira*,
Na Agência Carta Maior

A UDN se encastelou na política, se apoderou do Estado e dos meios de comunicação como se fossem propriedades suas. Rotulou o governo de Getúlio Vargas de "mar de lama", levou-o ao suicídio. Tentou impedir a posse de Juscelino Kubitschek, organizou a famosa "Marcha da família com Deus pela liberdade", em 1964, na capital paulista, para derrubar João Goulart e apoiou o golpe militar que levou o Brasil a um dos mais obscuros períodos de nossa história.

No campo ou nas cidades, hoje a "velha UDN" ainda dispõe de uma cultura política e ideológica poderosíssima.

Há muito tempo a "velha UDN" trocou os oratórios de madeira, que faziam parte do mobiliário das salas das residências, por aparelhos de televisão. As orações da boca da noite deram lugar às telenovelas e aos telejornais.

As telenovelas passaram a ser referências tão fortes que são visíveis as mudanças de comportamento provocadas nas famílias. Como diz o compositor Jorge Mautner, em uma de suas músicas: "a telenovela é a educação sentimental da classe média nacional".

A "velha UDN", em tempos idos, era uma matriarca católica, dessas de penugem nos cantos da boca, se vestia de preto, andava de bordão de jacarandá com brasão da família, cravejado em latão. Ainda hoje, fotos amareladas, emolduradas, de famílias aristocráticas, cobrem paredes de casas e apartamentos ou ocupam lugar de destaque sobre os móveis das salas, nas modernas cidades brasileiras.

Uma parte da "velha UDN" e seus descendentes migraram do campo para as cidades muito antes de se tornar uma sigla, uma agremiação partidária, muito antes do PSD se enraizar no coração e na mente dos fazendeiros.

Construiu fortuna e se tornou a matrona do sistema financeiro. Quis desfrutar dos produtos do ciclo de industrialização do Brasil, andar de automóvel, beber coca-cola, ir ao cinema, entregar seu coração a Hollywood, ler Seleções Reader's Digest, revista O Cruzeiro, Veja, Caras, O Globo, Folha, Estadão, dar revistas em quadrinhos da Disney aos filhos e incentivá-los a cultivar valores aristocráticos.

Impediu a reforma agrária, ajudou a organizar o latifúndio, mecanizou a produção agrícola com crédito subsidiado pelo Banco do Brasil e com as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. Conseguiu banir das fazendas para as periferias das grandes cidades, onde vivem em condições sub-humanas, um contingente populacional gigantesco de remanescentes da escravidão.

A cara da "nova UDN"
No campo ou nas cidades, hoje a "velha UDN" ainda dispõe de uma cultura política e ideológica poderosíssima. A UDN urbanizada, que poderia ser chamada de "nova UDN" tem casas e apartamentos com todos os eletrodomésticos disponíveis. Carros de luxo nas garagens, viaja de férias todo ano, tem celular, computador plugado na Internet e tv a cabo.

Busca a paz em templos de consumo (shopping-centers) e em igrejas. Uma parte se "modernizou" em relação à fé. Trocou a igreja católica por igrejas evangélicas. A "nova UDN", quando não está diante da tv ou na internet, alimentando a alma com programação de entretenimento, também vaga pelos shoppings ou por feiras de produtos de contrabando, comprando um pirata qualquer. A "velha UDN" está por aí, travestida, clandestina.

Nas praças de alimentação dos shoppings se empanturra nos fast-foods com sanduiches, pizzas e refrigerantes. A balança, a academia, as revistas de boa forma e o colesterol são seu inferno. Um "sofrimento doce" - coisa do "status quo" - assuntos para longas conversas nas tardes tediosas e nos finais de semana, nos encontros de família. A "nova UDN" é "chique". "Chique" é diferente de elegante. A "nova UDN" é rastaquera.

Nas casas e apartamentos "modernos", a arquitetura mantêm a senzala, a "dependência de empregados". Um cubículo onde enfiam os novos escravos que cozinham, lavam, passam e cuidam dos filhos. A "ama-seca" virou "babá", baby-sitter.

Livro, revista e jornal, em casa? Às vezes. Ler dá sono. Prefere uma espiada no Jornal Nacional depois da novela. É o melhor horário para ver os anúncios de carros novos, telefones celulares e bancos. Aqueles filmes publicitários que embalam os sonhos de tornar-se uma daquelas personagens chiques e bem sucedidas na vida.

A maior aspiração da "nova UDN" é ser rica, manter o "status", entranhado nas profundezas de sua alma, ter o controle moral da sociedade e recuperar o poder político perdido com a democratização do país. Para a "nova UDN" a democracia a leva à ruína política. Na democracia ela perde sempre.

O mesmo ódio de classe persiste
Mantém latente o mesmo ódio de classe que levou o ex-governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, seu ídolo maior, ao escândalo da "operação mata-mendigo", realizada pelo Serviço de Recuperação de Mendigos. Os agentes desse serviço foram flagrados jogando mendigos no rio da Guarda, na Baixada Fluminense, depois de denúncias de desaparecimento de grande número deles.

Esse serviço foi o embrião da ideologia do "Esquadrão da Morte". Outro escândalo foi a queima de favelas como a do Pasmado, no Rio, para expulsar os moradores, coordenada pela Secretária de Assuntos Sociais, Sandra Cavalcanti, ex-deputada constituinte, em 1987, pelo PFL.

Uma parte da "nova UDN" passou pela universidade, ficou "ilustrada". Participou, tempos atrás da campanha Diretas Já, com novo verniz, mas preferiu juntar-se aos de cima na defesa do projeto neoliberal, do sucesso profissional, da escalada do enriquecimento e na redução dos sonhos da juventude ao fetiche de um automóvel. Luta para manter privilégios de classe e nada mais, fecha o vidro do carro quando mendigos se aproximam.

Para ela os de baixo são invisíveis. Não vê lixeiros, garçons, frentistas, taxistas, mantém disdância das pessoas que andam de transporte coletivo. Sabe que essas pessoas existem quando necessitam de seus serviços.

Vê o noticiário policial nos telejornais, viaja de avião e olha lá de cima o amontoado de barracos das periferias das grandes cidades como se as favelas fizessem, naturalmente, parte da paisagem. No parlamento ou na imprensa, como jornalista e comentarista preferidos dos impérios de comunicação, ladram como cães amestrados com o mesmo ódio que movia Carlos Lacerda.

Os candidatos da nova UDN
Nas eleições, a "nova UDN" costuma optar por candidatos que representam o ideário aristocrático, meritocrático, condizente com sua escala de valores, de matriz religiosa. Muitos, em 2002, fizeram uma concessão, votaram em Lula para presidente, depois dele penar sob a violência da discriminação de classe.

Um dos mais fortes fatores que o levou à derrota em três eleições. O preconceito foi rompido momentaneamente. Certamente pelo fato de votar num "vencedor", num homem de mérito, que saiu de Garanhuns, em Pernambuco, enfrentou a pobreza em São Paulo e se tornou um líder respeitado não só no Brasil, mas reconhecido nos fóruns internacionais como um líder mundial. Logo depois que ele tomou posse foi chacoteado.

Diziam que ele não tinha qualificação para governar. Não falava inglês. Diziam que ele era nordestino, cachaceiro e analfabeto. Quem não se lembra da zombaria da imprensa do "aeroLula"? Como se ele não tivesse o direito de usar o avião presidencial. FHC licitou o avião, mas Lula foi quem sofreu as críticas.

Outro fator que deve ser considerado, quando analisamos a eleição de Lula, é que em 2002 a "nova UDN" estava inconformada com o governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso.

O governo que, na época da paridade do Real com o Dólar, levou-a ao paraíso do consumo de produtos importados, a viagens internacionais - estava acabando em grave crise econômica e financeira - sob denúncias graves de corrupção, sem permitir investigações, principalmente denúncias sobre o processo de privatização das empresas estatais.

Aquele paraíso de ilusões ruiu. Em resumo, em 2002, era "chique" votar em Lula. Afinal, o vencedor tem seu lugar na escala de valores da "nova UDN" como competidor.

A descoberta de um novo partido
Logo depois da democratização política do país, na década de 80, após a promulgação da Constituição de 1988, a "nova UDN" ganhou um presente da elite intelectual paulistana. Um partido político pensado para ela. O PSDB. Um partido para a chamada "classe dos formadores de opinião".

O PFL, neto da velha Arena, que deu sustentação à ditadura militar, andava em dificuldades para se tornar um partido que atendesse às aspirações da "nova UDN". O PMDB avançava no controle institucional do país e os partidos de esquerda, liderados pelo recém-criado PT, avançavam na organização da população operária urbana e no movimento dos trabalhares rurais sem terra. Foi nesse contexto que surgiu o PSDB, vendido à opinião pública como um partido moderno.

O PSDB vestiu como uma luva o ideário da "nova UDN". Em 1989, liderado por Mário Covas, que parecia um pássaro fora do ninho, por ter posições à esquerda do partido, o PSDB foi às urnas e no segundo turno até subiu no palanque de Lula, candidato do PT, quando este disputou com Collor. No segundo turno, a grande maioria dos votos do PSDB foi para Collor.

Collor teve o apoio majoritário da "nova UDN", que se referenciava no PFL, no PL e no PSDB, em verdadeiro revival da era lacerdista. Era o voto anti-Lula. Aquela parte que se engajou na eleição do "caçador de marajás" queria ver "Frei Damião andando de jet-ski", como disse Mercadante, quem sabe, exportar Padre Cícero robotizado.

Ou seja, a "velha UDN", que veio do interior para os grandes centros urbanos, em tempos idos, deixou aflorar seu desejo de ser norteamericana, enfim, pertencer ao primeiro mundo e, quem sabe até dar a mão a um astronauta e sair por aí, a passeio, pelo espaço sideral. Queria se desgarrar definitivamente do outro Brasil, aquele da herança colonial, das pessoas invisíveis. Esse parece um desejo latente da "nova UDN".

Nos anos 90, quem defendia interesses nacionais era chamado de dinossauro, xenófobo e outros adjetivos não menos pejorativos. A ordem era globalizar, seguindo orientações das agências internacionais que pregavam o chamado "Consenso de Washington".

Collor foi afastado sob acusação de corrupção, sobretudo, por falta de confiança das grandes corporações financeiras internacionais, que tinham projetos prontos para compra das estatais brasileiras e realização de outros negócios no país.

O PSDB tratou de articular a herança do legado político do governo Collor. Começou um namoro firme com o PFL. Noivou, casou-se em 1994, e do casamento nasceram dois mandatos para Fernando Henrique Cardoso. Casamento perfeito. A "nova UDN" urbana, representante do capitalismo financeiro, foi ao altar, sob as bênçãos do império.

O PFL reúne desde o setor financeiro, passando pelas corporações dos meios de comunicação até o agronegócio. O PSDB entrou com a tecnocracia formada em famosas escolas internacionais como a escola de Chicago e de Harvard, com apoio do sistema financeiro nacional e internacional, que tinham seus interesses, evidentemente, na moeda e no livre mercado comercial (Alca), desde que a meca fosse os EUA.

Um modelito estadunidense
Esse casamento é a cara da "nova UDN", cuja estética pode ser percebida nas grandes cidades litorâneas do país, que se transformaram em caricaturas de Miami. Já as cidades do interior, andam com a cara do Texas. Os rodeios dão o tom da música, da vestimenta e do comportamento. Essa estética pode ser vista também em coisas simples como num maço de cigarros de palha fabricado em Minas Gerais.

O maço é ilustrado, na parte frontal, com desenho de um cowboy de chapéu texano, óculos Ray Ban, calça e jaqueta jeans. Um modelito estadunidense. Por que não um mineiro pescando num rio, fumando seu cigarrinho de palha? Outro exemplo é a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma caricatura de Miami. Lá tem até estátua da liberdade.

Esse pequeno exemplo parece suficiente para imaginar o ideário da "nova UDN" em ebulição no Brasil. No Parlamento e na grande imprensa é fácil ver Carlos Lacerdas inconformados com o novo Brasil, espalhando preconceitos, principalmente o preconceito de classe, numa rede de comunicação conservadora, autista, fora do contexto, presa num discurso dos anos 90, atrasado, superado pelos fatos que culminaram na crise financeira internacional atual.

A imprensa conservadora, num verdadeiro ciclo de retroalimentação com a "nova UDN" constrói um outro Brasil só para eles. Tanto que atacaram o presidente Lula e o seu governo durante os dois mandatos e ele está com 80% de aprovação. Entretanto, nunca se debateu tanto os problemas do país como hoje.

Foram realizadas mais de 90 conferências setoriais, na maioria das vezes ignoradas ou atacadas pela imprensa. Educação, saúde, meio ambiente, cultura, comunicação, defesa civil, enfim, as conferências mobilizaram milhões de brasileiros desde os municípios, passando pelos estados até as conferências nacionais de cada setor.

Existem outras redes de comunicação construídas pelos movimentos que debatem as políticas públicas do governo e dinamizam a informação. Existe outro Brasil emergindo e rompendo com as cercas que o isolaram por tantos séculos. É esse Brasil que causa tanto incômodo à "nova UDN" e a faz tão raivosa.

Na eleição de 2006, causou perplexidade a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que o Brasil estaria precisando de um novo Carlos Lacerda. Essa declaração escapou num ímpeto de intolerância, quando se confirmava a força da liderança de Lula ao resistir os ataques da "nova UDN" e revelar seu favoritismo nas urnas. O Brasil não é mais o mesmo. Esse caminho não tem mais volta. Resta saber se a "nova UDN" sobreviverá.

(*) Autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes Vida e Obra; Florestan Fernandes - um mestre radical; O Outro Lado do Real, em parceria com Henrique Fontana
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domingo, 22 de agosto de 2010

Fênix

Após longo período no ostracismo,retorno ao blog em um bom momento para a blogosfera.Teve início no último sábado em São Paulo,primeiro encontro de blogueiros progressistas.Promovido pelo centro de estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé,o evento conta com a participação de mais de 300 blogueiros,dentre eles,Paulo Henrique Amorin,Rodrigo Viana,Leandro Foetes, Luíz Carlos Azenha e Luís Nassif. O encontro visa fortalecer e agregar os muitos blogs que lutam por liberdade de expressão e democratização da informação.Em fim,uma luta contra o PIG e seus aliados da direita conservadora. Na semana que o Zé Pedágio ( josé Serra)agride os blogueiros chamando-os de sujos,os participantes do encontro manifestaram apoio ao blog Cloaca News,alvo de frequentes e sistemáticas ofensas do senhor Zé Mussolini.

sábado, 5 de junho de 2010

O PIG sob o olhar de Emir Sader


Ele, o Zé mentira, é o queridinho da "grande mídia".
Nossa "grande mídia" fascista não perde a esperança de levar o Serra ao trono da República e reviver os áureos tempos em que jorrava dinheiro público em seus cofres.Tempo em que os navios e aviões comerciais estavam restritos a uma ninharia de de almofadinhas endinheirados e preconceituosos.Tempo em que classe média baixa era coisa para argentino. Afinal, um país com uma ampla população mestiça como a do Brasil não precisa de classe média, a elite branca e o povão miserável e mestiço sustentaria o PIB.Esse era o Brasil da Tv Glogo,um país com atores de novelas escandinavos na sala e negros na cozinha.
Essa é a visão dos enclausurados no passado de apartheid social em que vivia significativa parcela da pupulação do nosso país e, parte dela, ainda luta para sair.Para essa elite, existe racismo no mundo inteiro,menos no Brasil pois somos alegres e ignorantes.

Vejam a entrevista do sociólogo Emir Sader publicada no blog do Paulo Henrique Amorim,onde o pesquisador discorre sobre o PIG e as eleições.
O Conversa Afiada publica trecho da entrevista do sociólogo Emir Sader na Rede Brasil Atual:

Monopólio da mídia é maior obstáculo à vitória de Dilma, opina Emir Sader

Sociólogo vê riscos de retrocesso em políticas adotadas pelo governo Lula, além de colocar em suspeita o discurso de continuidade adotado pela oposição.

O sociólogo Emir Sader acredita que a mídia é a única opção ao alcance da oposição para tentar desestruturar o que considera ser a tendência de vitória da pré-candidata Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. Ele pensa que as políticas públicas adotadas na gestão atual não estão garantidos caso “a oligarquia volte ao poder”, em referência à pré-candidatura de José Serra (PSDB).

“O governo Lula pode ser uma ponte para sair definitivamente do modelo ou um parênteses”, opina, em entrevista à Rede Brasil Atual. “As políticas feitas pelos tucanos, seja em nível nacional, seja nos estados, são de privatização”, constata. Isso quer dizer que “nenhuma conquista do governo Lula seria irreversível”.




Mas o senhor vê também a partidarização da mídia nas eleições?

A executiva da Folha (de S.Paulo, Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais, ANJ) que assumiu que, como a oposição é fraca, eles (veículos de comunicação) assumem o papel de oposição, significa uma consciência clara do papel que estão desempenhando. Eu diria que o obstáculo maior à vitória da Dilma é o monopólio privado dos meios de comunicação. O fato de que todos estão alinhados com o Serra. Isso indica o fracasso absoluto da política de comunicação do governo.

Há cinco anos é um governo com uma popularidade altíssima, sem um meio de comunicação autônomo. O Lula não fala para o povo, a imprensa escolhe o que ele vai falar. Parecem intermediários viciados no diálogo entre o presidente mais popular que o Brasil já teve e a massa, a cidadania. Vão se manter assim em ano de eleição porque é a única chance de tentar conter a provável vitória da Dilma.



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Senador Cristovan nas Fileiras do Movimento


Os companheiros educadores que estão em greve compareceram a uma palestra do senador Cristovan Buarque em Natal. Na ocasião,os que lutam por dignidade na educação pública expressaram a indignação com as atitudes do prefeito tirano de Parnamirim,o senhor MAUrício Marques.
Na ocasiao,osenador expressou seu apoio a causa dos educadores e se comprometeu a intervir no sentido de contribuir com as reivindicações da categoria.
fonte:Sintserp.
Senador Cristovan ao lados dos companheiros e contra o prefeito que ignora a justiça e manda macaco bater em professor.

sábado, 15 de maio de 2010

Os Professores Lutam e os Macacos Reprimem!

Na cidade de Parnamirim, um dos últimos redutos do coronelismo, uma professora foi agredida por seguranças da prefeitura municipal. O desrespeito do senhor MAUrício Marques com os educadores, agora se manisfesta em forma de violência física. A tirania, que ha dias agredia os professores publicando textos ofensivos e mentirosos num jornaleco local, no bloqueio dos salários, agora chega ao absurdo promovendo a truculência e a agressão física. Os professores agredidos, buscavam informações no RH da prefeitura sobre os salários bloqueados. No entanto,os gorilas do prefeito não os deixaram entrar, permitindo apenas pessoas que não estavam em greve ter acesso as dependências da instituição. Vejam o que os gorilas do prefeito que ignora a justiça fizeram:
A luta continua!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

FUNDEB: tem rato achando que é queijo.

Ratos, uma praga de olho no "dim dim" da educação!


A melhoria da qualidade da educação pública esbarra na gestão dos prefeitos e governadores que, sistematicamente, desviam recursos do FUNDEB.Essa prática vergonhosa evidencia o descaso e a falta de respeito que os nossos representantes nutrem pelo ensino público.
Segundo o MEC, 2,1 bilhão do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação( FUNDEB) foi desviado o ano de 2009.
Enquato isso, no curral eleitoral de Parnamirim, o senhor prefeito se recusa a prestar contas do FUNDEB e bloqueia os salários dos professores em greve ,contrariando a determinação da justiça que considerou a greve legal e proibiu o corte nos salários dos respectivos servidores.
O prefeito rasga a constituição ao desobedecer descaradamente a justiça e desrespeita a população como um todo demonstrando uma prática politica baseada no coronelismo e clientelismo.
Àqueles que usufruem dessa política desarvergonhada,exercendo cargos comissionados nas escolas, tenham a ombridade de respeitar os professores que lutam por uma educação pública de qualidade e isenta da politicagem que impera nesse município.
A educação de Parnamirim ganha com a luta dos grevistas, apesar de ainda sofrer com o descaso de seus gestores "públicos".

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O espanhol a serviço do Tio Sam


O Paulo Renato foi ministro da Educação no governo FHC. Ele promoveu o desmantelamento -ao menos tentou-da educação pública,especialmente,das universidades federais.Lembro-me da escassez de tudo que era necessário ao bom andamento das aulas e funcionamento da UFRN, quando tive o prazer de ser aluno dessa instituição.O Paulo Renato é amigo do Serra e atualmente é secretário de educação do Estado de São Paulo.Em Sampa, o senhor Paulo Renato não deixa por menos e continua a serviço do seus prôprios interesses,de sua ganância e de sua turma, o PSDB e a elite conservadora desse país. Renato, juntamente com seu amigo Zé Pedágio( Serra),aquele que pôe a polícia para resolver a pancadas a greve dos professores, desconhece a existência dos muitos brasis e de uma América Latina com laços culturais e étnicos e possibilidades de integração e desenvolvimento conjunto.Um ser que ama a subserviência das nossas elites aos interesses espúrios do capital estrangeiro.
O site do Paulo Henique Amorim,publica mais uma do nosso nobre Paulo Renato,amigo do Serra - o légitimo representante das ultrapassadas e desumanas práticas neoliberais em nosso país.

O Conversa Afiada reproduz e-mail que recebeu da liderança do PT na Assembleia de São Paulo, com dados da infatigável namarianews (se o Serra pudesse dava à namarianews o tratamento que dispensou à Sensus – coisa assim, num estilo nazi-light…):



Paulo Renato y sus hermanos de España – Relações de um projeto pedagógico

Qual razão para incentivar que os alunos de escolas públicas paulistas estudem a língua espanhola? Para que eles possam participar do esforço pela integração latino-americana, em especial a proporcionada pelo Mercosul.

Mas se o governo do PSDB é declaradamente contrário ao Mercosul, então eles não fazem nada para que a língua dos nossos hermanos seja estudada nas escolas estaduais, certo?

Errado. Para comprovar, o governo de São Paulo está comprando jornais para os alunos estudantes de espanhol. Qual jornal? Argentino, chileno, uruguaio, venezuelano ou paraguaio…? Diários desses países poderiam ajudar na prática da língua espanhola e, também, possibilitar que os estudantes conheçam a realidade dos vizinhos do nosso continente, não é?

Não, claro que não. O PSDB é contra o Mercosul e por isso não assinaria jornais desses países. Então o que fez o governo do PSDB de São Paulo, em especial a Secretaria da Educação? No dia 28/abril/2010 lançou em Diário Oficial a seguinte compra sob o número 15/00024/10/04:



Que bacana. Ou seja, o Sr. Paulo Renato Costa Souza aproveita a boa intenção de introduzir a língua espanhola para fazer mais um bom negócio, semelhante àqueles feitos com a Folha de SP, Estadão, Nova Escola, Fundação Roberto Marinho…

Mas por que o El País e não jornais dos participantes do Mercosul? Porque o PSDB, com seu contumaz elitismo, continua de costas para a América Latina e de olho na Europa e nos EUA. Não que o El País seja um tenebroso jornal, afinal reconheceu Lula e Dilma Rousseff como “Líderes de 2009″, mas qual é o sentido de comprar só ele – e com dispensa de licitação? Será que aí tem coisa?



Clique aqui para ler a íntegra da mensagem.



Em tempo 1: quer saber o que pensa o Sr. Paulo Renato Costa Souza sobre ensino de idiomas nas escolas públicas e quais seus enlevos quanto ao tema? Tenha paciência e assista mais esta película institucional cativante – é munição preciosa que não acaba mais.

Em tempo 2: Se o El País está na Internet graciosamente, se as escolas possuem salas de informática montadas a preço de ouro com máquinas alugadas da CTIS (inclusive com laptops, de acordo com o edital do contrato), se há alunos monitorando as salas e tudo está em perfeita ordem…, por que fazer assinaturas do jornal? Será que os 92 CEL’s não estão equipados? Eles não funcionam dentro das escolas estaduais?

A ditadura Sob o Governo Geisel


Lula em São Bernardo do Campo, SP, 13 de maio de 1979: discurso para 60 mil metalúrgicos do ABC.


Ao término do mandato do presidente Garrastazu Médici, os grupos armados haviam sido eliminados, uma forte censura atingia principalmente a imprensa e a produção cultural. Para sucedê-lo, os ministros militares indicaram outro general: Ernesto Geisel.
Desde o início de sua gestão, Geisel promete dar início a um “gradual, mas seguro aperfeiçoamento democrático”.O governo criava esperança de estabelecer-se no Brasil as liberdades públicas divulgando a teoria da “distensão”. Esta teoria tinha a finalidade de diminuir a pressão sobre a sociedade brasileira, abrindo espaço de participação e criando meios de integrar alguns setores da oposição.Suas reformas visavam especialmente à conservação do poder.
A censura foi sendo gradualmente reduzida. Os grandes jornais foram liberados, mas, os pequenos diários continuavam com censores trabalhando em cima dos textos da redação.
Em outubro de 1975, quando o governo afirmava que continuaria combatendo a subversão, mas sem excessos condenáveis, o jornalista Vladimir Herzog foi preso e assassinado nas dependências do II Exército, em São Paulo. No dia seguinte, o comando da unidade militar onde o jornalista foi morto informou que o mesmo havia cometido suicídio em sua cela, após ter assinado uma confissão declarando-se membro do Partido Comunista.

A ordem dos advogados e o Sindicato dos Jornalistas exigiam a abertura de inquérito. Enquanto isso, a Igreja através de quarenta e dois bispos de São Paulo, assinava uma declaração denunciando a violência do governo. Estas instituições se mobilizaram após a constatação de que o governo, apesar das promessas de coibir os excessos dos militares linhas-duras, não controlava o aparato de segurança.
Um grande ato ecumênico ocorreu na Catedral da Sé, em São Paulo, presidido pelo Cardeal Evaristo Arns com a participação de dois rabinos e um pastor protestante. Este ato teve grande participação popular e repercussão política. 6Meses depois, no início de 1976, foi morto durante um interrogatório no II Exército, o operário Manuel Fiel Filho, do Sindicato dos metalúrgicos, um dos mais bem organizados e mais combativos. A versão oficial é semelhante a da morte de Vladimir Herzog, suicídio.
Uma medida tomada pelo executivo revela que a política arbitrária do governo ainda persistia. No ano de 1977, o presidente Geisel alega que a oposição não concordara com o projeto de reforma do judiciário e, valendo-se do Ato Institucional Número Cinco, fecha o Congresso Nacional. A ARENA, partido da base do governo, não conseguiria aprovar o projeto de reforma sozinho.
Após fechar o Congresso Nacional, o governo edita um conjunto de medidas conhecido como “Pacote de Abril“. Entre as medidas editadas estavam as reformas eleitorais. Elas tornavam permanentes as eleições indiretas para governadores e determinava que o número de cadeiras de cada Estado na Câmara dos deputados passasse a ser proporcional à sua população total, aumentando desta forma, o número de parlamentares do Norte e do Nordeste onde a ARENA era majoritária Quanto ao Senado, foi criado o “senador Biônico” que seria escolhido pelo planalto.
Em 1978, diversos segmentos da sociedade manifestaram sua insatisfação com o governo. A comunidade empresarial, os trabalhadores, os estudantes e instituições como a OAB e a Igreja Católica, começaram a exigir com maior intensidade o restabelecimento do estado de direito.O presidente Geisel, que em sua posse prometera um processo de redemocratização gradual, outubro de 1978, extingue os atos institucionais, entre eles o Ato Institucional Número Cinco.
Passado alguns meses da extinção dos atos institucionais, o presidente Geisel em 15 de março de 1979, transmite o cargo ao seu sucessor, João Batista de Figueiredo. Um processo sucessório em que o povo e a oposição estiveram alijados de participar.
Desde o início do novo governo, ocorreram fortes manifestações, principalmente, de trabalhadores. Sob a liderança do presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, Luiz Inácio da Silva, cerca de 160.000 metalúrgicos do ABC (as três principais cidades industriais paulistas: Santo André, São Bernardo e São Caetano) entram em greve após os empregadores se recusarem a negociar com a categoria paralisada.
No ano de 1979, o processo de abertura política conduzido pelo governo militar dá um passo importante. Após um demorado e tenso período de negociação e pressionado pelo crescimento do movimento pela anistia em todo o país, o governo do presidente João Batista de Figueiredo promulga a Lei da Anistia em 18 de julho.
Em outubro de 1975, quando o governo afirmava que continuaria combatendo a subversão, mas sem excessos condenáveis, o jornalista Vladimir Herzog foi preso e assassinado nas dependências do II Exército, em São Paulo. No dia seguinte, o comando da unidade militar onde o jornalista foi morto informou que o mesmo havia cometido suicídio em sua cela, após ter assinado uma confissão declarando-se membro do Partido Comunista.
A ordem dos advogados e o Sindicato dos Jornalistas exigiam a abertura de inquérito. Enquanto isso, a Igreja através de quarenta e dois bispos de São Paulo, assinava uma declaração denunciando a violência do governo. Estas instituições se mobilizaram após a constatação de que o governo, apesar das promessas de coibir os excessos dos militares linhas-duras, não controlava o aparato de segurança.
Um grande ato ecumênico ocorreu na Catedral da Sé, em São Paulo, presidido pelo Cardeal Evaristo Arns com a participação de dois rabinos e um pastor protestante. Este ato teve grande participação popular e repercussão política. 6 Meses depois, no início de 1976, foi morto durante um interrogatório no II Exército, o operário Manuel Fiel Filho, do Sindicato dos metalúrgicos, um dos mais bem organizados e mais combativos. A versão oficial é semelhante a da morte de Vladimir Herzog, suicídio.
Uma medida tomada pelo executivo revela que a política arbitrária do governo ainda persistia. No ano de 1977, o presidente Geisel alega que a oposição não concordara com o projeto de reforma do judiciário e, valendo-se do Ato Institucional Número Cinco, fecha o Congresso Nacional. A ARENA, partido da base do governo, não conseguiria aprovar o projeto de reforma sozinho.
Após fechar o Congresso Nacional, o governo edita um conjunto de medidas conhecido como “Pacote de Abril“. Entre as medidas editadas estavam as reformas eleitorais. Elas tornavam permanentes as eleições indiretas para governadores e determinava que o número de cadeiras de cada Estado na Câmara dos deputados passasse a ser proporcional à sua população total, aumentando desta forma, o número de parlamentares do Norte e do Nordeste onde a ARENA era majoritária Quanto ao Senado, foi criado o “senador Biônico” que seria escolhido pelo planalto.
Em 1978, diversos segmentos da sociedade manifestaram sua insatisfação com o governo. A comunidade empresarial, os trabalhadores, os estudantes e instituições como a OAB e a Igreja Católica, começaram a exigir com maior intensidade o restabelecimento do estado de direito.O presidente Geisel, que em sua posse prometera um processo de redemocratização gradual, outubro de 1978, extingue os atos institucionais, entre eles o Ato Institucional Número Cinco.
Passado alguns meses da extinção dos atos institucionais, o presidente Geisel em 15 de março de 1979, transmite o cargo ao seu sucessor, João Batista de Figueiredo. Um processo sucessório em que o povo e a oposição estiveram alijados de participar.
Desde o início do novo governo, ocorreram fortes manifestações, principalmente, de trabalhadores. Sob a liderança do presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, Luiz Inácio da Silva, cerca de 160.000 metalúrgicos do ABC (as três principais cidades industriais paulistas: Santo André, São Bernardo e São Caetano) entram em greve após os empregadores se recusarem a negociar com a categoria paralisada.

No ano de 1979, o processo de abertura política conduzido pelo governo militar dá um passo importante. Após um demorado e tenso período de negociação e pressionado pelo crescimento do movimento pela anistia em todo o país, o governo do presidente João Batista de Figueiredo promulga a Lei da Anistia em 18 de julho.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tortura:sem punição,ela permanece.



O Supremo decidirá se os torturadores podem ser anistiados.A tortura está presente no cotidiano das delegacias e nas ruas da periferia.Os atuais torturadores,são herdeiros de práticas hediondas perpetradas em períodos como o Estado Novo e a ditadura militar.
Criado em 1978, o movimento pela anistia recebeu o apoio de diversas organizações da sociedade brasileira, entre elas se destacaram a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Essas instituições, juntamente com o movimento estudantil e operário, deram início a uma série de manifestações públicas por todo o país e fundaram os primeiros Comitês Brasileiros de Anistia.
Foram criados comitês em várias capitais, e em dezembro de 1978, foi realizado o Primeiro Congresso Nacional da Anistia onde foi lançada a palavra de ordem “Anistia ampla, geral e irrestrita”.
Sob a pressão das ruas e de uma minoria no Congresso Nacional, composta pela bancada de parlamentares do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o governo envia ao parlamento, em Brasília, um projeto de lei bastante restritivo. O projeto foi rejeitado tanto pelos parlamentares da oposição quanto pelos comitês de anistia.
Dos cárceres, os presos políticos entraram na campanha denunciando as torturas e iniciando, em 22 de julho de 1979, uma greve de fome nacional que durou 32 dias.
Em 18 de agosto de 1979, o presidente João Batista de Figueiredo, encaminha ao Congresso Nacional um novo projeto que é aprovado em 28 do mesmo mês.
Não foi uma anistia ampla, geral e irrestrita como almejavam os que por ela lutavam, pois não libertou presos condenados pela pratica do “crime de terrorismo” e por ter anistiado os que ,a serviço dos órgãos de repressão, cometeram crimes de tortura e assassinato. Entretanto, foi um avanço por ter possibilitado a reintegração a sociedade de milhares de vitimas do regime militar que se encontravam nos cárceres, na clandestinidade ou no exílio.

terça-feira, 27 de abril de 2010

O Brasil que reluta em reconhecer a Lei Áurea




O trabalho escravo persiste em nosso país.Com características próprias,a escravidão do século XXI está atrelada a falta de escrúpulos e interesses econômicos de latifundiários que, ignorando os direitos dos trabalhadores, buscam o lucro explorando seus funcionários como se estes fossem animais. O Repórter Brasil denuciou uma rica fazenda fazenda no Pará, com 30 mil cabeças de gados,que se transformou numa grande senzala, ao escravizar seus trabalhandores. Veja a reportagem:
26/04/2010
Fazenda com 30 mil cabeças de gado mantinha 28 escravos
Operação do grupo móvel encontrou trabalhadores em construções precárias, submetidos a longas jornadas e pressionados por cobranças indevidas em fazenda da CSM Agropecuária, do reincidente Celso Silveira Mello Filho

Por Rodrigo Rocha

Não foi desta vez que a fiscalização radicalizou na cobrança excessiva de normas trabalhistas após se deparar com um cenário de despadronização de camas em alojamentos preparados e de refeições protegidas pela sombra fresca da vegetação, como quer alardear a pressão ruralista.

Operação do grupo móvel de fiscalização - que contou com membros do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF) - encontrou 28 trabalhadores rurais vivendo em construções precárias (sem acesso a estruturas básicas de sanitários, acesso à água e fiação elétrica, dividindo espaço até com cavalos e mulas), submetidos a longas jornadas (das 5h da manhã às 18h, sem descansos regulares) e sufocados pelo endividamento (cobranças de "aluguel", de alimentação e até equipamentos de proteção e ferramentas de trabalho).

As libertações de condição análoga à escravidão ocorreram na Fazenda Tarumã, em Santa Maria das Barreiras (PA), que pertence à CSM Agropecuária S/A. Com cerca de 30 mil cabeças de nelore, gado leiteiro, sede, diversas máquinas e outras construções, a propriedade dispõe até de pista de pouso, com hangar, para aviões de pequeno porte.

De acordo com a fiscalização, a Tarumã atuava como fornecedora da JBS Friboi, que manteve relações em 2008 com donos de áreas embargadas por problemas ambientais (Conexões Sustentáveis São Paulo - Amazônia). Recentemente, o JBS Friboi se associou ao Bertin (parte indireta em dois casos de escravidão em 2009: nas obras de pedágio de uma rodovia em São Paulo e numa fazenda de gado no Tocantins, bem como num episódio de ataque a indígenas próximo a usina no Mato Grosso do Sul) e à norte-americana Pilgrim´s Prider para formar uma das maiores empresas do segmento no mundo.

Quem responde pela direção da CSM é Celso Silveira Mello Filho, réu em processo criminal como responsável por casos passados de trabalho escravo. Nos flagrantes anteriores (1999 e 2000), Celso foi acusado por causa de infrações em áreas da Vale Bonito Agropecuária S/A, que já fez parte da "lista suja" do trabalho escravo entre 2003 e 2005.

Celso é irmão de Rubens Ometto Silveira Mello, conhecido "barão" da Cosan - gigante sucroalcooleiro que também chegou a ser inserida na "lista suja", mas acabou retirada por meio de liminar judicial.

Uma mulher e um jovem de 17 anos faziam parte do grupo de libertados no fim de janeiro. Segundo relatos colhidos pelos auditores fiscais do trabalho, as vítimas eram aliciadas pelo gerente da fazenda, Silvio da Silva, com a promessa de bons salários. De acordo com o procurador do MPT que acompanhou a operação, Roberto Ruy Netto, os empregados eram de regiões próximas à fazenda e não foram contratados de uma só vez. Alguns tinham 15 dias de trabalho e outros já estavam no local há mais de um ano.
Os empregados foram contratados para trabalhos rotineiros da fazenda como montagem de cercas e criação de gado (vaqueiros, capatazes e ajudantes). Por conta da distância para o núcleo urbano mais próximo, costumavam sair apenas uma vez por mês da propriedade, quando recebiam o pagamento.

Degradância e exaustão
Dos 11 "retiros" (conjunto de construções que serviam de alojamento) da Fazenda Tarumã, quatro estavam em condições aceitáveis (mínimo de condições de higiene e conservação, apesar das irregularidades). O quadro pintado pelos auditores acerca dos outros sete foi o seguinte: "degradação da área de vivência, em razão da má conservação predial, da ausência de higiene, da ausência de instalações sanitárias e até mesmo riscos iminentes a integridade física e a vida dos trabalhadores e de suas famílias".

A água consumida pelos empregados vinha de poços desprotegidos. O líquido coletado não passava por nenhum tipo de tratamento. O risco de contaminação era alto, principalmente em alguns alojamentos em que os poços estavam relativamente próximas às fossas. Grandes tambores de material plástico - usados originalmente como recipientes de óleo lubrificante - eram reaproveitados para retirar água dos poços. Na própria embalagem, existia um aviso proibindo a reutilização do recipiente para outros fins.

Num dos "retiros", um vaqueiro morava em um comodo contíguo ao depósito de sal e à baia dos animais (cavalos e mulas), tambem, sem condições de higiene, sem chuveiro, ou qualquer tipo de instalação sanitária.

Parte dos outros alojamentos, aliás, não possuía banheiro: os trabalhadores e seus familiares tinham de se embrenhar em matagais. Alguns tinham um "banheiro" que se resumia a um cercado totalmente desgastado, sem porta e com um buraco no meio do chão. Havia ainda lixo despejado próximo às moradias, o que favorecia a infestação de ratos.
As condições para o desempenho do trabalho foram consideradas degradantes. Alguns homens que construíam cercas tinham de andar diariamente 6 km até a frente de instalação dos mourões, carregados muitas vezes pelos próprios. A água levada para o local não durava até o fim do dia. A comida era de péssima qualidade, em baixa quantidade e de baixo valor nutritivo.

As despesas com moradia e alimentação eram descontadas dos salários dos funcionários. "Esse desconto estava sendo feito de forma indevida pela fazenda, já que a moradia fornecida estava inadequada, em situação precária", afirma o procurador do trabalho Roberto.

Além dos descontos, a CSM Agropecuária não fornecia gratuitamente os equipamentos de proteção individual (EPIs). Cada trabalhador pagava do próprio bolso por botas, chapéus e luvas. Segundo depoimentos recolhidos pelo grupo móvel, um par de botinas que durava cerca de dois meses custava em torno de R$ 30. Algumas ferramentas utilizadas no trabalho, como os esmeris, também tinham de se compradas pelos empregados.

O transporte existente era feito de forma completamente irregular. O próprio gerente da fazenda admitiu que o salário deles atrasava e era pago em cheque, o que dificultava sobremaneira a vida dos empregados. A situação de outras centenas de trabalhadores da Fazenda Tarumã alcançados pela fiscalização não era tão grave a ponto de suscitar libertações.

Ao final, foram lavrados 20 autos de infração, mais uma interdição. A CSM assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPT em que se compromete a fazer a regularização dos alojamentos em situação precária, construir um refeitório, constituir uma comissão interna de prevenção de acidentes, com multa diária de R$ 1 mil em caso de item descumprido.

O valor pago pelos empregadores foi de R$ 124,6 mil, sendo R$ 8,25 mil com relação à Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) rescisório, e R$ 116,35 de valor total das rescisões, somado às indenizações por dano moral individual. A empresa ainda se comprometeu em doar uma picape para o efetivo da PF como indenização por dano moral coletivo.

O pagamento dos libertados foi feito na mesma semana da fiscalização. Já as reformas necessárias nos alojamentos e outras adequações exigidas ganharam prazo de até 120 dias para regularização.

Empresas
Consultada por meio de ligação telefônica pela Repórter Brasil, representante da CSM Agropecuária no escritório de Piracicaba (SP), no interior do estado de São Paulo, sustentou que a empresa não tem nada a declarar sobre o flagrante no Pará e que o ocorrido já havia sido totalmente resolvido. A funcionária que atendeu à reportagem, que se identificou como Mariline, não intermediou o contato direto com a direção e classificou o episódio como "fofoquinha".

Em nota divulgada à imprensa, a JBS Friboi, que busca se capitalizar com nova oferta de ações, informou que "assinou em 2005 o Pacto Internacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Escravo que afirma o compromisso de não adquirir gado de fazendas que realizam este tipo de conduta de trabalho".

A JBS declara utilizar "uma ferramenta interna, atualizada diariamente, que trava qualquer compra de fazendas que estejam na lista [suja]". Os empregadores responsáveis por manter trabalhadores em condição análoga à de escravo passam a fazer parte da "lista suja" após a conclusão do processo administrativo (iniciado a partir das operações) no Executivo federal.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A radiografia do PIG


Ser conservador no Brasil,em alguns aspectos,é defender uma sociedade injusta,desigual, corrupta e submissa.É colaborar com os interesses de grupos hegemônicos que buscam manter seus privilégios, em detrimento da perspectiva de um futuro digno de um povo. No Brasil- e ,sem dúvida, em outras freguesias -,os interesses das elites se propagam sobretudo através da grande mídia.Esta, por sua vez,assume o papel de comandar as forças reacionárias que combatem qualquer proposta de transformação político-social, se transformando informalmente num partido.
Publico a entrevista que o jornalista Mino Carta deu ao Jornal da Tarde em Salvador,publicada no site do Paulo Henrique Amorim, onde o jornalista comenta os meios pelos quais essa mídia desenpenha o seu papel.
Mino faz a autópsia do PiG (*). O PiG (*) dá medo
Publicado em 21/04/2010
O Mino e a Olivetti ganham todas



Mino esteve lá para falar na Universidade Federal da Bahia, a convite do deputado federal Emiliano José (PT).

E deu essa entrevista ao jornal A Tarde:


Qual o partido político da mídia brasileira ?

O partido do status quo,o partido do reacionarismo, do conservadorismo.
Do “que tudo fique como está”.

Incomoda estar à frente de uma revista que, para alguns segmentos da população brasileira, é declaradamente petista?

A mim não incomoda, porque tudo diz respeito à minha consciência. Eu sei que ela não é petista. Aliás, nunca fui filiado ao PT. Agora, as pessoas falam porque não lêem. Quem fala isso evidentemente não acompanha a revista. A Carta Capital critica o governo também. A única diferença é que a revista é a favor do desenvolvimento, do progresso, da democracia e de certos valores que o resto da mídia não cultiva.

Este ano, a Carta Capital vai declarar – como fez nas eleições passadas – apoio ao PT ?

Certamente. Eu acho que, em primeiro lugar, a importância disso é moral. Aos jornalistas é preciso pedir honestidade. Até hoje, a mídia brasileira alegou uma imparcialidade absolutamente falsa, que não tem nada a ver com a verdade dos fatos – com aquilo que eu chamo de a verdade factual. A revista diz: “Olha, é sim. Nós somos a favor, porque achamos este candidato melhor”. Mas, nem por isso sonegaremos informações ou – pior ainda – mentiremos em relação à campanha do outro candidato. A nossa revista é aberta para ouvi-lo, lutaremos até a morte para que ele possa dizer o que pensa. Mas, preferimos o outro porque no nosso entendimento é melhor. Isso é uma prática comum no jornalismo dos países civilizados. Nos Estados Unidos os grandes veículos fazem isso.

O que falta à imprensa brasileira para alcançar essa “maturidade” ?

Falta o progresso, que leva efetivamente a uma democracia autêntica, falta o desatrelamento dessas organizações midiáticas, mais ou menos monopolistas, que têm ligação umbilical com o poder e os donos do poder. O que não se conquista de um dia para o outro.

Em entrevista recente ao jornal A TARDE, o antropólogo Roberto DaMatta afirmou que o intelectual brasileiro teve de se virar do avesso, pois sempre “acusou a direita de ser a dona do poder e viu a esquerda subir ao poder e fazer a mesma coisa que a direita fez”. O senhor concorda?

É uma simplificação hipócrita. Eu acho que o PT no poder mostrou lados que realmente o aparentam com outros partidos que comandaram no passado. Isso, ao meu ver, é algo absolutamente inegável. Mas, resta saber o que é a “esquerda” brasileira. Acho que esquerda, no Brasil, não existe, é obra de ficção.Ou ele (Roberto DaMatta) é burro ou é hipócrita, não há muita alternativa. Cadê a esquerda brasileira ? Onde está ? Arnaldo Jabor é esquerda ? Ele diz que é. Posso enumerar uma quantidade grande de pessoas que não são é de nada.

O próprio DaMatta atribui à crítica cultural brasileira uma certa mediocridade. O que o senhor acha dos suplementos de cultura e revistas especializadas em crítica cultural do País?

Revistas de cultura eu não conheço. Eu folheio os suplementos de cultura brasileiros e acho medíocres, assim como todo o jornalismo brasileiro. Se você se der ao trabalho de pegar meia dúzia de jornais diários importantes publicados mundo afora e os confrontar com os nossos jornais, você vai botar a mão no cabelo. São ridículos. Além de serem mal impressos, sujam as mãos, são jactanciosos. Além de tudo, existe o assalto diário à Língua Portuguesa.

O que falta a estas publicações? Profissionais qualificados ou é um problema editorial ?

Conhecimento de mundo. A nossa, vamos chamar assim, burguesia-aristocracia”, que é bem representada nos nossos jornais, é de uma mediocridade absoluta e aterradora. É muito ignorante. Sem falar o que são as nossas universidades.
Você entra numa universidade e ouve meia dúzia de perguntas mais ou menos óbvias. Veja, por exemplo, as meninas (estudantes de comunicação da UFBA que participaram da entrevista coletiva) há pouco me perguntaram a respeito da censura. O Brasil ainda acredita que houve censura contra a imprensa. Mas não houve! Houve para alguns, que eram os corajosos, e só.

Como vê futuro do mercado editorial de revistas diante da popularização da internet ?

A internet pode, se bem usada – e essa é outra questão –conviver com outras publicações. Mas eu não acho que a internet está sendo bem usada. Está afastando as pessoas do convívio humano. Eu não chego perto do computador, porque sei que se eu me descuidar ele me engole. Tem uma bocarra dentuça que vai me mastigar inexoravelmente.

E por que a internet não está sendo bem usada?

Porque as pessoas estão atrás de besteiras. É claro que é um instrumento extraordinário nas mãos de uma pessoa culta, que vai visitar os museus, as bibliotecas, se interessar por coisas significantes. Mas é um instrumento na mão de covardes, que ofendem na internet se escondendo por trás de codinomes.

Entre os grandes veículos de comunicação do País, só Folha de S.Paulo tem ombudsman. A imprensa brasileira ainda não aprendeu a exercer autocrítica ?

Isso é ridículo. A Folha é um jornal partidário. Ombudsman, se existisse lá, deveria meter o pau todo dia no jornal. Ele trai os conceitos tradicionais que regem o jornalismo. Ombudsman não existe. Eu não conheço ombudsman do Guardian, do La Reppublica. Não tem (risos). É uma mania de grandeza de quem não chegou lá em hipótese alguma, nem chegará em cem anos.

Que impactos a não obrigatoriedade do diploma de jornalismo deve ter na qualidade do que é produzido?

Eu não acho que vá mudar nada, infelizmente. A esta altura eu at égostaria que o diploma tivesse algum significado. Mas não tem. Não se aprende nada numa escola de jornalismo. As boas escolas de jornalismo que existem nos Estados Unidos não existem na Europa, onde há cursos de pós-graduação. São faculdades muito ricas onde o que se ensina é a prática. O curso de jornalismo de Cornell edita uma revista semanal em papel fantástico, um jornal diário. Quem estuda lá, aprende a fazer como se estivesse numa redação, que é o que interessa. Jornalistas de qualidade têm que ter lido muito e bem a grande literatura de língua inglesa, por exemplo. Precisa ler muito para aprender a escrever.

O que o fato de a Veja ser a revista mais lida e a Globo ser a emissora de TV mais assistida dizem sobre a sociedade brasileira ?

Que ela é muito atrasada, vulgar e primária. Pensa o que é a Veja ? A Globo? São duas coisas lamentáveis. Acho que a imprensa brasileira dá medo. A esses colunistas que insistem em publicar o seu besteirol eu imagino o que diria Stanislaw Ponte Preta no seu FEBEAPA (Festival de Besteiras que Assola o País). A Argentina tem uma imprensa melhor, até porque é diversificada, tem posturas diferentes. Aqui ela é uma só.

E o que mudou na Veja na sua época e nos dias de hoje?

Quando eu saí de lá, fui substituído por uma equipe disposta a “fechar” com o governo, com posturas, a meu ver, lamentáveis. Mas era uma equipe competente. Hoje é um desastre total. É um bando de facínoras. A Abril está nas mãos de um grupo sul-africano que era a favor do Apartheid. Na Carta Capital, a gente sabe escrever, lida bem com o vernáculo. A gente não omite, não mente.



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

domingo, 18 de abril de 2010

Zé Alagão: o expoente do neoliberalismo

O filósofo e cietista político, Emir Sader, publicou em seu blog um texto analisando as candidaturas do Serra e da Dilma. Veja o texto
Emir Sader: por que Serra é o candidato legítimo da direita
Publicado em 12/04/2010

Por Emir Sader, em seu blog
Assumiu com todo o ímpeto, achando que ia se consagrar. A ponto de ter proferido um conjunto de besteiras, como, entre outras, a de que “a globalização é o novo Renascimento da humanidade”. E lá foi ser “droit” na vida.

Vestiu a carapuça que Roberto Marinho procurava. Se atribui a ele a frase, diante da queda tão chorada do Collor: “Foi o último presidente de direita que conseguimos eleger”. Se supunha que tinham de buscar em outras hostes o continuador de Collor. E acharam FHC.

Que teve a audácia de chamar o PFL, partido nascido da ditadura, com ACM, Marco Maciel, Jorge Bornhausen, como seus dirigentes pára- representativos, que tentavam se reciclar para a democracia, buscando apagar seu passado. Tucanos e pefelistas foram a base de sustentação firme do governo, que agregou o PMDB (governista, como sempre) e outros partidos menores.

Esse foi o eixo partidário do projeto neoliberal de FHC. Que pretendia ser para o Collor o que o Toni Blair foi para a Thatcher: deixar que Collor fizesse o trabalho mais sujo do neoliberalismo — privatizações, abertura da economia, enfraquecimento substancial do Estado, precarização das relações de trabalho —, para que ele aparecesse como a “terceira via”. Como Collor fracassou, FHC teve que vestir o tailler da Thatcher e implementar a ortodoxia neoliberal.

Serra nunca se deu bem com FHC — como, aliás, com ninguém, com seu gênio de turrão, de mal-humorado, que nunca sorri, que atropela a tudo e a todos que vê como obstáculos. Serra sempre disputou com FHC dentro dos tucanos, era seu rival. Perdeu e teve que aceitar o Ministério do Planejamento do governo, sem poder algum, mas tendo que referendar o Plano Real. Depois foi para a Saúde, para tentar preparar sua candidatura à Presidência. Tentou manter distância do governo de FHC, sabendo que quem se identificasse com o governo, perderia. Não consegui e foi derrotado fragorosamente no segundo turno.

Em 2006, temeu por uma nova e definitiva derrota, além do que, pessoa com péssimas relações com todo mundo, perdeu para Alckmin o foro interno dos tucanos e teve que se contentar com esperar. Volta agora como o candidato do bloco que passou a ocupar o espaço da direita no campo político brasileiro.

A oposição aceita Serra não de bom grado, em primeiro lugar porque ele tem relações ruins com todos. Em segundo, porque ele não quer assumir o figurino – vestido com desenvoltura por FHC, por Sergio Guerra, por todo o DEM – de bater duro no governo Lula, de assumir claramente o papel de oposição ao governo. Porque Serra sabe que o sucesso do governo Lula demonstra que esse é um caminho seguro de derrota.

É um casamento de conveniência, mas não havia outro lugar se Serra ainda tem alguma esperança de ser presidente. Às vezes, pela fisionomia e pelas palavras dá a impressão que ele sai candidato com resignação, consciente que é sua ultima oportunidade, mas que sabe que vai para o matadouro, para a derrota inevitável.

O campo político não é definido pela vontade das pessoas. Ele tem uma objetividade, resultado dos enfrentamentos e das construções de força e de aliança de cada bloco. A bipolaridade não é um desejo, é uma realidade. São dois grandes blocos que se enfrentam, com programas, forças sociais, quadros, objetivos e estratégias contrapostas.

Dilma representa o aprofundamento do projeto de oito anos do governo Lula, ocupa o espaço da esquerda no campo político. Serra representa as mesmas forças que protagonizaram os oito anos do governo FHC, que implementou o neoliberalismo no Brasil, governo de que o próprio Serra foi ministro todo o tempo. São dois projetos, dois países distintos, dois futuros diferenciados, para que o povo brasileiro os compare e decida.

Mídia e Recursos Públicos

A grande mídia nacional está imensamente preocupada com o crescimento da candidatura da Dilma a presidência da República. O motivo,segundo o jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim,é a redução maciça de entrada de dinheiro público nos caixas das empresas,fenômeno que se intensificaria com a vitória da ex-ministra.Reproduzo abaixo o texto do jornalista.

Só o Serra salva as empresas do PiG (*). Daí, o desespero
Publicado em 18/04/2010 Compartilhe | Imprima | Vote (+5)

A Globo é a mais vulnerável




Na revista Carta Capital desta semana, na pág. 27 (clique aqui para ler ), Leandro Fortes (**) conta que a Folha (***) “demorou CINCO DIAS para publicar o desmentido enviado pela assessoria da candidata e reconhecer formalmente o erro”.

O erro foi um erro ou foi de propósito ?

O erro foi inventar uma frase que a Dilma não disse: “eu não fugi da luta e não deixei o Brasil”.

Nos cinco dias em que a Folha (***) censurou a carta de desmentido, o PiG (*) dançou e rolou em cima do “erro”.

A Folha já tem uma rubrica no passivo com a Dilma: a ficha falsa.

E a circulação da Folha (***) é a que mais cai, dos jornais impressos.

A Abril e a Veja – a última flor do Fáscio (****) – não sobrevivem a outro mandato presidencial sem compras maciças de livro escolar.

O negócio de revistas desaba, a ponto de a internet, hoje, ter mais publicidade que as revistas.

A situação da Globo é a mais crítica.

Ela faz negócios escusos com o Serra, à luz do sol.

Como a operação para o Serra agasalhar um terreno que a Globo – como a Cutrale – invadia há 11 anos, num ponto valorizado da cidade de São Paulo.

O bolo publicitário da tevê brasileira não cresce, significativamente.

A TV Globo, durante trinta anos, cresceu com uma equação – 50% de audiência e 75% da verba publicitária.

Como a tevê absorve 50% de toda a publicidade brasileira, ela tinha 75% de 50%, ou seja, de cada R$ 1 investido em publicidade no Brasil, ela ficava com R$ 0,37.

Essa equação – inaceitável num regime de democracia – mudou.

O bolo não cresce e as concorrentes começam a tomar audiência e faturamento dela.

Ela não vai conseguir ser o que é, com menos audiência e menos dinheiro.

A qualidade vai cair – e a concorrência se acirrará.

No campo da imprensa escrita, a Globo acaba de ganhar em seu território, o Rio, um adversário considerável, o grupo português “Ongoing” – ler na Carta Capital desta semana, na pág. 50.

O “Ongoing” lançou um jornal de negócios, o Brasil Econômico, para ir para cima do Valor, que é da Folha e do Globo, e acaba de comprar um jornal popular no Rio, O DIA.

Os portugueses querem ir para a televisão

E já entraram nos nichos do mercado onde há oxigênio para a imprensa escrita: o popular e de negócios.

Ou seja, a Globo passou a ter um corrente de peso a lhe morder os calcanhares, já que o grupo vem de Portugal com variados interesses empresariais.

Logo no início do Governo Lula, o professor Wanderley Guilherme dos Santos dizia que a mídia impressa brasileira só tinha um poder remanescente: o de gerar crises.

(Como, agora, a de Belo Monte …)

Gerar crises para tomar uma grana do Governo.

É o que faz o PiG(*).

E mais, como demonstrou a presidente da associação dos jornais: hoje, no Brasil, o PiG(*) é a oposição.

(Ainda mais que o candidato da oposição não tem o que dizer. A não ser que sempre foi candidato. O que sempre se soube.)

Esta eleição de 2010 coincide com o aparecimento de um nova realidade empresarial: a entrada da internet no jogo e a democratização das fontes de informação.

O PiG(*) brasileiro só tem uma salvação.

Eleger o Serra.

Pelo menos no Data-da-Folha.

Daí, o desespero.

Paulo Henrique Amorim

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista


(**) Leandro Fortes e a Carta Capital são dois dos alvos, na imprensa, de (desde já perdidas) ações judiciais de Gilmar Dantas (*****). O Supremo ex-Presidente do Supremo ignora o que o colega Ricardo Lewandowski disse hoje ao Estadão, pág. A12 : Qual o limite da privacidade ?, pergunta o Estadão. “Em matéria de interesse público, o limite é muito estreito”, ele respondeu. Perguntou o Estadão: E o limite da liberdade de imprensa? Disse Lewandowski: “Há um núcleo essencial de privacidade que não deve ser atingido. Mas em se tratando de interesse publico E DE FIGURAS PÚBLICAS (ênfase minha – PHA), esse núcleo se estreita”.

(***)Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.


(****) Na capa da Veja desta semana, a única coisa que conseguem destacar de um panegírico do Serra é que ele se preparou a vida toda para ser Presidente. E, eu, para ser astronauta da NASA.

(*****)Clique aqui para ver como um eminente colonista (******) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (******) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(******) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A CNTE comanda o movimento em defesa da valorização da educação pública.De 19 a 25 de Abril ocorrerá a 11ª Semana Nacional em Defesa da Educação Pública. Participe!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O cantor Cazuza, ja afirmava em meados dos anos oitenta: " a burguesia fede e quer ficar rica". Bem, se o nobre poeta e cantor rebelde tem razão não sei, contudo, essa mesma burguesia se considera ilustrada,iluminada e, acredite, muito cheirosa.
Fazendo a cobertura do lançameto da candidatura do José Serra, a reporter e colunista do jornal Folha de Sao Paulo, Eliane Catanhede, alem de não disfarçar a sua satisfação em estar presente ao funesto evento, comentou que o mesmo se caracterizou pela presença de muitas pessoas e pela bagunça, e que dessa forma, o PSDB estaria se transformando num partido popular,de massas. Porém, a nobre reporter e colunista, ressalta que, segundo um assessor do Serra, o agremiação realmente se transformou num partido de massas,mas uma "MASSA CHEIROSA". Isso mesmo, Massa Cheirosa.
Resta saber,caros amigos, onde estão os que não cheiram,ou melhor, fedem segundo a Folha e os tucanos. Estão na periferia e nas favelas? com certeza,a massa cheirosa do PSDB, não está nesses recantos do nosso Brasil. Provavelmente, está nos condomínos luxuosos e murados, sinônimos do apartheid social existente nas grandes cidades, refúgio que se assemelha a um cárcere onde seu ilustre morador é a chamada massa cheirosa.
Por onde anda Cazuza...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Greve em Parnamirim

Em defesa dos seus direitos,melhores condições de trabalho e de um sistema de educação público de boa qualidade, os professores da rede municipal de Parnamirim estão em greve e, enfretam,bravamente,toda sorte de mentiras e ameaças por parte dos gestores das unidades de ensino.
Os alvos das presões são os professores que estão no período propabotório. Os mesmos, amparados pela lei que os garante o direito de participar do movimento grevista, estão sofrendo "conselhos" dos diredores para que retornem ao trabalho,sob a pena de serem excluídos do serviço público. O argumento é que eles não podem aderir a greve poís estão no período probatório. Discurso leviano e que expressa apenas os interesses individuais e mesquinhos daqueles que ocupam cargos comissionados e temem que uma das reivindicações da greve, as eleições para diretores e vice nas escolas, sejam atendidas.
A greve é legal, a adesão é forte e as reivindicações são justas. Resta-nos lutar, combater o clientelismo e promover melhorias significativas no sistema educacional público de Parnamirim, num processo longo e contínuo em que a greve é uma das armas, dentre outras tantas utilizadas exaustivamente, como o diálogo e manifestações, no combate ao autoritarismo das autoridades competentes.