sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ribeira: entre o caos e o descaso.

As transformações decorrentes do processo de verticalização das moradias no bairro da Ribeira, ameaçam não apenas com a geração das chamadas ilhas de calor e trânsito intenso, mas também pelo risco de destruição do patrimônio histórico do bairro e da cidade. Riqueza que infelizmente, se encontra, ao menos parte dela, em total abandono. Situação preocupante e que precisa de atenção dos gestores públicos .
A preservação do patrimônio cultural, do qual faz parte o arquitetônico, contribui para a "preservação da memória social coletiva,como condição indispensável à construção de uma identidade nacional plural", segundo a professora Crislane Barbosa, do Departamento de Educação da UFRN. Tal condição, deve nortear as políticas governamentais nas áreas urbanísticas, cultural e da educação.
 A Ribeira, um dos primeiros bairros da cidade do Natal,  que segundo Câmara Cascudo, em sua origem "era uma campina alagada pelas marés do Potengi. As águas lavavam os pés dos morros. Onde está o teatro Carlos Gomes tomava-se banho salgado em fins do século XIX. " . E conclui " o português julgava estar vendo uma ribeira, como pensou enxergar uma rio no Rio de Janeiro." 
Nos dias atuais, em meio ao trânsito intenso, uma Ribeira que pouco lembra o passado acima citado, muito menos os momentos áureos de quando era o centro comercial  e político dos anos em que os soldados americanos por aqui passaram, rumo ao norte da África para combater os nazistas alemães na Segunda Grande Guerra.
Contudo, sua riqueza , apesar de seriamente ameaçada pelo descaso daqueles que deveriam  valoriza-la como patrimônio do nosso povo, é imensa e resiste ao caos, como se clamasse a todos nós para que tenhamos a sabedoria de resgata-la em benefício de todos. Ouçamos a Clio.

 Praça Augusto Severo, primeiras décadas do século XX.
A mesma praça, nos dias atuais.