segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Aqui morava um rei

Poesia do Ariano Suassuna em homenagem ao seu pai, assassinado nos anos 30 em consequências de conflitos políticos na Paraiba.

Aqui morava um rei


"Aqui morava um rei quando eu menino
Vestia ouro e castanho no gibão,
Pedra da Sorte sobre meu Destino,
Pulsava junto ao meu, seu coração.

Para mim, o seu cantar era Divino,
Quando ao som da viola e do bordão,
Cantava com voz rouca, o Desatino,
O Sangue, o riso e as mortes do Sertão.

Mas mataram meu pai. Desde esse dia
Eu me vi, como cego sem meu guia
Que se foi para o Sol, transfigurado.

Sua efígie me queima. Eu sou a presa.
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto ensanguentado."

Carnival In Rio 1950

O Brasil nos primeiros anos da década de 1950 retratado através de sua maior festa, o carnaval. Imagens repletas de alegria e um colorido que tem se mostrado ausente nos dias de hoje quando o evento é recheado por corpos imcubidos de requebrar e extravassar as virtuosas energias e a violência graças os espaços mais "civilizados". O crack é uma desgraça, seja nos guetos ou nos campos de futebol. Se vende mercenariamente.
No passado, belas e graciosas colombinas, hoje escandalosas periguetes que "ameaçam" as mentes masculinas caracterizadas por "bons valores e  costumes". A paquera discreta, desnecessária, pois o caminho para uma sutil aproximação é exposto e escandaloso como um programa de BBB. 
Um vídeo de um Brasil encantado com a campnha "O Petróleo é Nosso", com o getulismo ainda candecente. Mas refém de um processo de exclusão, semente para o caos urbano que se revela nos dias atuais.
Mas deixemos de ser críticos por algum tempo, afinal, em breve será carnaval, e o país da natureza exuberante, com suas curvas igualmente selvagens, onde o racismo não é racismo mas humor desfarçado, almeja ter seu momento eterno de alegria.
Enquanto isso... no Congresso Nacional... as periguetes encantam as almas perdidas.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A escravidão brasileira em imagens reais

A escravidão foi o sistema que se fez presente em nosso país desde o início do processo de colonização em 1530, até a penúltima década do século XIX. os primeiros povos a serem escravizados foram os indígenas, posteriormente, os povos africanos que aqui aportaram após atravessarem o oceano nos navios negreiros. Uma viagem marcada pelo terror da fome, doenças e violência.
Aqui chegaram para servir de mão-de-obra na economia açucareira do  Antigo Sistema Colonial.
Uma riqueza gerada pelo sofrimento de um povo escravizado, desterrado e humilhado. Um país construído com o suor do escravo, mas que reluta em reconhecer a importância de sua valiosa contribuição econômica, étnica e cultural para o  nosso país.
Último país a abolir a escravidão na América Latina. Um país que até os dias atuais luta para reduzir o escandaloso quadro de desigualdade que, sem dúvida, começou a ser construído nos primórdios da escravidão do Brasil Colonial.
O vídeo mostra imagens do Brasil escravista . Observem que as marcas da violência estão estampadas nas faces e nos olhares de alguns "pais e mães" da nossa futura nação
.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Expurgando as aves de rapina

Na demora que desencanta, a decisão pela punição daqueles que um dia com palavras nos conveceu de que valeria a pena confiar-lhes o nosso voto. Suas palavras se fez traição, suas ações corrupção deslavada, ancorada no capital de empresários inescrupulosos e sedentos de grana fruto da destruição ambiental. 
Que a democracia expurgue essa gente que tanto mal fez as "criancinhas " que nelas inocentemente votaram.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Elis Regina: um clamor atual.

Elis, cantou e provocou, combateu a loucura que torturou, cerceou e exilou brasiliros como ela. Em o Bêbado e a Equilibrista, composta por  Aldir Blanc e João Bosco, clama por justiça, envereda pelo terror do exílio durante o regime militar (1964-1985) e lembra o  "irmão do Henfil", que dentre outros tantos, sofreu com a expulsão cumpulsória perpetrada pelos generais. 
Elis, 30 anos de sua morte. Uma perda  sempre presente, um legado que nos fortalece no viver desse Brasil atual, onde o exílio não é mais em um país estrangeiro, mas em nossa própria terra - que um dia será nação- para aqueles excluídos dos direitos fundamentais.
A tortura no quartéis da ditadura está presente nos porões das nossas delegacias atualmente.
Sua música, Elis, retrata também um Brasil atual.

O Bêbado e A Equilibrista
Elis Regina
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...

A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...

Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...

Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...

Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...

Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Rio The Magnificent 1932

O olhar americano sobre o Rio de janeiro na década de 1930. Um Brasil da Era Vargas, das praias e da natureza exuberante. Um Rio de Janeiro retratado sem grandes contrastes, apesar dos guetos seculares e ,até então, discretos e escondidos.
E o Tio Sam maravilhado, inebriado e sedento com a maravilha exposta, nua e crua da cidade de São Sebastião, ainda sem funk e sem bundas gigantes, mas com uma pulsante raiz da cultura do samba na periferia escondida que não aparece nas imagens do vídeo em questão.
Se o pitoresco é a qualidade que Tio Sam mais admira entre os tupiniquins, seria de bom grado, digno e humano, não relacionar uma criança pobre e negra a atureza animal dos trópicos.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Betânia Ramalho: zero para sua intolerância.

 Betânia Ramalho saiu da UFRN para assumir o cargo de secretária de Educação do RN. Na universidade da qual a senhora secretária saiu, a democracia norteia as relações da instituição e o diálogo está presente nas negociações em todas as instâncias da mesma. Contudo, a democracia e o diálogo não tem sido características da gestão da secretária no governo do Estado. 
O autoritarismo norteia a sua gestão, expresso muitas vezes através de ameaças contra os educadores e funcionários. Estes, desde o início do desastroso governo que a senhora representa, lutam pelo respeito aos seus direitos, pleiteando o cumprimento pleno da Lei do Piso do magistério, revisão do PCCS  e pagamento dos 70% correspondentes as percelas do plano dos funcionários.

Em entrevista ao Diário de Natal recentemente, a secretária disse que sente-se a cada dia tendo que derrubar um gigante e que será intolerante com greves. Resta saber qual gigante a senhora Betânia está derrubando e porque a mesma não é intolerante com determinadas atitudes do governo reacionário e autoritário da qual faz parte.
Seria de suma importância se os gigantes derrubados pelo governo Rosalba na área da educação fossem o analfabetismo gritante em nosso estado, o desrespeito crônico, humilhante e imoral que os nossos gestores alimentam contra os profissionais da educação, alunos e pais da rede pública de ensino. Que a chamada tolerância zero dita por Betânia seja contra estas mazelas e não contra os educadores que lutam por seus direitos, negados sistematicamente desde o início da atual vergonhosa  gestão.
Sejamos intolerantes,  secretária, com a violência, a fome e a desigualdade que assola boa parte dos alunos que necessitam da rede de educação pública gerida pela senhora. Está situação é o  gigante que devemos combater. 
Os professores e funcionários são aliados que estão a frente nessa luta, em condições precárias, mas lutando. Profissionais que a senhora em vez de atacar e ameaçar, deveria contribuir valorizando-os e fornecendo as condições necessárias para reverter o sucateamento do sistema público de ensino. Uma atitude que seria louvável. Sem isso, nota zero para sua intolerância.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Currículo único e mínimo serve a quem?


13/01/2012 
Por: CNTE
Após lançar controverso debate sobre a expansão do calendário escolar - ainda inconcluso -, o Ministério da Educação se atém, agora, a uma proposta de raízes neoliberais, contradizendo a lógica de um governo democrático e popular, o que requer o aprofundamento de seu debate, principalmente sobre a perspectiva de qual projeto educacional o país pretende seguir.
A CNTE não tem dúvida de que currículo único e mínimo - sobretudo em sendo obrigatório para a escola pública e facultativo à rede privada - constitui espécie de apartheid educacional, social e econômico, além de significar a abdicação do processo de conhecimento criativo e compromissado com o desenvolvimento para todos e com o respeito à diversidade do povo brasileiro. Ademais, afronta os desígnios constitucionais que incumbem a educação de promover o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 205, CF/88), à luz de princípios como: da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; da gestão democrática e da garantia de padrão de qualidade (art. 206, CF/88).
Importante frisar que o texto constitucional é harmônico, consequencial, não podendo um princípio contrapor a outro. O currículo mínimo, a pretexto de servir de mecanismo para se atingir melhor padrão de qualidade, enseja um ensino pasteurizado, conteudista, antiplural e antidemocrátrico na medida em que retira a autonomia dos sistemas de ensino, das escolas e dos profissionais da educação. Em suma: afronta os demais princípios e concebe à Carta Magna, erroneamente, concepção estritamente liberal.
Em tempos de discussões sobre a ampliação do potencial de inovação tecnológica do país - inclusive com investimento estudantil no exterior a seletos estudantes brasileiros, em sua maioria sem passagem por bancos escolares das redes públicas - é lamentável que o MEC insista em promover discussões dissonantes com os anseios da maioria da população. Se junta ao presente debate, as Expectativas de Aprendizagem por Competências e os Testes (limitadores) Nacionais, que desprezam uma gama de condicionantes (pedagógicas e sociais) muito importantes para se alcançar a educação de qualidade socialmente referenciada.
Para os/as trabalhadores/as da educação básica pública, reunidos na CNTE, a qualidade da educação requer muito mais que a minimização ou padronização do currículo. É preciso, sim, investir na associação do currículo com as realidades das diversas comunidades escolares; assim como é necessário implantar a gestão democrática nos sistemas e nas escolas, fortalecer os projetos político-pedagógicos, garantir os investimentos necessários à implantação da escola integral e valorizar os profissionais com salário, carreira, jornada e condições de trabalho compatíveis com a tarefa de educar cidadãos/ãs para uma vida digna e pautada no saber para a felicidade.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Haddad afirma que reajuste do Piso seguirá Lei Federal

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Porém, novo valor só será anunciado em meados de fevereiro
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ao presidente da CNTE, em audiência nesta manhã do dia 12, que a correção do valor do piso salarial profissional nacional do magistério seguirá a lógica da Lei 11.738, porém, que por decisão de Governo, o reajuste só será anunciado em meados de fevereiro, a exemplo do que ocorreu em 2011.
A CNTE tem pressionado o MEC a fazer o anúncio do reajuste do PSPN, uma vez que a Lei do Piso define o mês de janeiro como base para incidência do novo valor.
Desde 2010, o Ministério da Educação assumiu o compromisso de anunciar valores a serem seguidos pelos entes federados como forma de unificar o percentual e o valor de referência nacional, não obstante o critério de reajuste da Lei ser autoaplicável.
Vale lembrar, sobre a questão do valor do PSPN, que a CNTE não concorda com a fórmula de reajuste empregada pelo MEC, pois a mesma atrasa em um ano a atualização real do Piso. Contudo, a sistemática mantém relação com o custo aluno do Fundeb, conforme determina a Lei 11.738, devendo ser assegurado para o ano de 2012 um percentual de 22,22%. Outra questão que diferencia os valores defendidos pela CNTE dos anunciados pelo MEC, diz respeito à primeira incidência do reajuste, que para os trabalhadores refere-se ao ano de 2009, e para o MEC o de 2010.
Diante das controversas sobre o valor do Piso, em 2012, o valor defendido pela CNTE é de R$ 1.937,26 contra R$ 1.450,75 que o MEC deverá anunciar em fevereiro próximo.
Conforme temos acompanhado na mídia, a pressão de governadores e prefeitos contra o percentual de reajuste de 22,22% é grande, razão pela qual a categoria deve manter-se mobilizada para fazer valer esse direito retroativo ao mês de janeiro. A CNTE também acompanhará com atenção os trabalhos no Congresso Nacional, a fim de evitar qualquer outra manobra que atente contra a fórmula de reajuste definida na Lei 11.738.
A luta pela plena e efetiva implantação do Piso é a pauta principal da Greve Nacional da Educação, que ocorrerá de 14 a 16 de março. Os sindicatos filiados também devem aprofundar as estratégias para pressionar os gestores a cumprirem a Lei, ainda que por vias judiciais, em toda sua dimensão. Recentemente, a Apeoesp/SP garantiu, em decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, o cumprimento integral da jornada com no mínimo 1/3 de hora-atividade para todos os integrantes do magistério público estadual. A decisão é uma importante jurisprudência para outras ações em níveis estadual e municipal. (CNTE, 12/01/12)
Confira, abaixo, os históricos de reajuste do valor do piso.
PSPN/CNTE
Ano
Valor
 Reajuste
 2008    
R$ 950,00
-
2009
R$ 1.132,40  
19,2%
2010
R$ 1.312,85      
15,93%
2011
R$ 1.597,87
21,71%
2012
R$ 1.937,26
21,75%
PSPN/MEC
Ano
Valor
 Reajuste
2008    
R$ 950,00
-
2009
R$ 950,00 
0%
2010
R$ 1.024,67    
7,86%
2011
R$ 1.187,00
15,84%
2012
R$ 1.450,75
22,22%

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Relembrando a dignidade e a coragem do Brizola

A postura é a mesma até os dias atuais : uma mídia partidária , autoritária e tendenciosa. O braço fascista da direita colonizada e igualmente burra.
Contudo, líderes com tamanha coragem e galhardia não se encontram com facilidade nas terras tupiniquins nos dias atuais.