quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tortura:sem punição,ela permanece.



O Supremo decidirá se os torturadores podem ser anistiados.A tortura está presente no cotidiano das delegacias e nas ruas da periferia.Os atuais torturadores,são herdeiros de práticas hediondas perpetradas em períodos como o Estado Novo e a ditadura militar.
Criado em 1978, o movimento pela anistia recebeu o apoio de diversas organizações da sociedade brasileira, entre elas se destacaram a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Essas instituições, juntamente com o movimento estudantil e operário, deram início a uma série de manifestações públicas por todo o país e fundaram os primeiros Comitês Brasileiros de Anistia.
Foram criados comitês em várias capitais, e em dezembro de 1978, foi realizado o Primeiro Congresso Nacional da Anistia onde foi lançada a palavra de ordem “Anistia ampla, geral e irrestrita”.
Sob a pressão das ruas e de uma minoria no Congresso Nacional, composta pela bancada de parlamentares do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o governo envia ao parlamento, em Brasília, um projeto de lei bastante restritivo. O projeto foi rejeitado tanto pelos parlamentares da oposição quanto pelos comitês de anistia.
Dos cárceres, os presos políticos entraram na campanha denunciando as torturas e iniciando, em 22 de julho de 1979, uma greve de fome nacional que durou 32 dias.
Em 18 de agosto de 1979, o presidente João Batista de Figueiredo, encaminha ao Congresso Nacional um novo projeto que é aprovado em 28 do mesmo mês.
Não foi uma anistia ampla, geral e irrestrita como almejavam os que por ela lutavam, pois não libertou presos condenados pela pratica do “crime de terrorismo” e por ter anistiado os que ,a serviço dos órgãos de repressão, cometeram crimes de tortura e assassinato. Entretanto, foi um avanço por ter possibilitado a reintegração a sociedade de milhares de vitimas do regime militar que se encontravam nos cárceres, na clandestinidade ou no exílio.

terça-feira, 27 de abril de 2010

O Brasil que reluta em reconhecer a Lei Áurea




O trabalho escravo persiste em nosso país.Com características próprias,a escravidão do século XXI está atrelada a falta de escrúpulos e interesses econômicos de latifundiários que, ignorando os direitos dos trabalhadores, buscam o lucro explorando seus funcionários como se estes fossem animais. O Repórter Brasil denuciou uma rica fazenda fazenda no Pará, com 30 mil cabeças de gados,que se transformou numa grande senzala, ao escravizar seus trabalhandores. Veja a reportagem:
26/04/2010
Fazenda com 30 mil cabeças de gado mantinha 28 escravos
Operação do grupo móvel encontrou trabalhadores em construções precárias, submetidos a longas jornadas e pressionados por cobranças indevidas em fazenda da CSM Agropecuária, do reincidente Celso Silveira Mello Filho

Por Rodrigo Rocha

Não foi desta vez que a fiscalização radicalizou na cobrança excessiva de normas trabalhistas após se deparar com um cenário de despadronização de camas em alojamentos preparados e de refeições protegidas pela sombra fresca da vegetação, como quer alardear a pressão ruralista.

Operação do grupo móvel de fiscalização - que contou com membros do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF) - encontrou 28 trabalhadores rurais vivendo em construções precárias (sem acesso a estruturas básicas de sanitários, acesso à água e fiação elétrica, dividindo espaço até com cavalos e mulas), submetidos a longas jornadas (das 5h da manhã às 18h, sem descansos regulares) e sufocados pelo endividamento (cobranças de "aluguel", de alimentação e até equipamentos de proteção e ferramentas de trabalho).

As libertações de condição análoga à escravidão ocorreram na Fazenda Tarumã, em Santa Maria das Barreiras (PA), que pertence à CSM Agropecuária S/A. Com cerca de 30 mil cabeças de nelore, gado leiteiro, sede, diversas máquinas e outras construções, a propriedade dispõe até de pista de pouso, com hangar, para aviões de pequeno porte.

De acordo com a fiscalização, a Tarumã atuava como fornecedora da JBS Friboi, que manteve relações em 2008 com donos de áreas embargadas por problemas ambientais (Conexões Sustentáveis São Paulo - Amazônia). Recentemente, o JBS Friboi se associou ao Bertin (parte indireta em dois casos de escravidão em 2009: nas obras de pedágio de uma rodovia em São Paulo e numa fazenda de gado no Tocantins, bem como num episódio de ataque a indígenas próximo a usina no Mato Grosso do Sul) e à norte-americana Pilgrim´s Prider para formar uma das maiores empresas do segmento no mundo.

Quem responde pela direção da CSM é Celso Silveira Mello Filho, réu em processo criminal como responsável por casos passados de trabalho escravo. Nos flagrantes anteriores (1999 e 2000), Celso foi acusado por causa de infrações em áreas da Vale Bonito Agropecuária S/A, que já fez parte da "lista suja" do trabalho escravo entre 2003 e 2005.

Celso é irmão de Rubens Ometto Silveira Mello, conhecido "barão" da Cosan - gigante sucroalcooleiro que também chegou a ser inserida na "lista suja", mas acabou retirada por meio de liminar judicial.

Uma mulher e um jovem de 17 anos faziam parte do grupo de libertados no fim de janeiro. Segundo relatos colhidos pelos auditores fiscais do trabalho, as vítimas eram aliciadas pelo gerente da fazenda, Silvio da Silva, com a promessa de bons salários. De acordo com o procurador do MPT que acompanhou a operação, Roberto Ruy Netto, os empregados eram de regiões próximas à fazenda e não foram contratados de uma só vez. Alguns tinham 15 dias de trabalho e outros já estavam no local há mais de um ano.
Os empregados foram contratados para trabalhos rotineiros da fazenda como montagem de cercas e criação de gado (vaqueiros, capatazes e ajudantes). Por conta da distância para o núcleo urbano mais próximo, costumavam sair apenas uma vez por mês da propriedade, quando recebiam o pagamento.

Degradância e exaustão
Dos 11 "retiros" (conjunto de construções que serviam de alojamento) da Fazenda Tarumã, quatro estavam em condições aceitáveis (mínimo de condições de higiene e conservação, apesar das irregularidades). O quadro pintado pelos auditores acerca dos outros sete foi o seguinte: "degradação da área de vivência, em razão da má conservação predial, da ausência de higiene, da ausência de instalações sanitárias e até mesmo riscos iminentes a integridade física e a vida dos trabalhadores e de suas famílias".

A água consumida pelos empregados vinha de poços desprotegidos. O líquido coletado não passava por nenhum tipo de tratamento. O risco de contaminação era alto, principalmente em alguns alojamentos em que os poços estavam relativamente próximas às fossas. Grandes tambores de material plástico - usados originalmente como recipientes de óleo lubrificante - eram reaproveitados para retirar água dos poços. Na própria embalagem, existia um aviso proibindo a reutilização do recipiente para outros fins.

Num dos "retiros", um vaqueiro morava em um comodo contíguo ao depósito de sal e à baia dos animais (cavalos e mulas), tambem, sem condições de higiene, sem chuveiro, ou qualquer tipo de instalação sanitária.

Parte dos outros alojamentos, aliás, não possuía banheiro: os trabalhadores e seus familiares tinham de se embrenhar em matagais. Alguns tinham um "banheiro" que se resumia a um cercado totalmente desgastado, sem porta e com um buraco no meio do chão. Havia ainda lixo despejado próximo às moradias, o que favorecia a infestação de ratos.
As condições para o desempenho do trabalho foram consideradas degradantes. Alguns homens que construíam cercas tinham de andar diariamente 6 km até a frente de instalação dos mourões, carregados muitas vezes pelos próprios. A água levada para o local não durava até o fim do dia. A comida era de péssima qualidade, em baixa quantidade e de baixo valor nutritivo.

As despesas com moradia e alimentação eram descontadas dos salários dos funcionários. "Esse desconto estava sendo feito de forma indevida pela fazenda, já que a moradia fornecida estava inadequada, em situação precária", afirma o procurador do trabalho Roberto.

Além dos descontos, a CSM Agropecuária não fornecia gratuitamente os equipamentos de proteção individual (EPIs). Cada trabalhador pagava do próprio bolso por botas, chapéus e luvas. Segundo depoimentos recolhidos pelo grupo móvel, um par de botinas que durava cerca de dois meses custava em torno de R$ 30. Algumas ferramentas utilizadas no trabalho, como os esmeris, também tinham de se compradas pelos empregados.

O transporte existente era feito de forma completamente irregular. O próprio gerente da fazenda admitiu que o salário deles atrasava e era pago em cheque, o que dificultava sobremaneira a vida dos empregados. A situação de outras centenas de trabalhadores da Fazenda Tarumã alcançados pela fiscalização não era tão grave a ponto de suscitar libertações.

Ao final, foram lavrados 20 autos de infração, mais uma interdição. A CSM assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPT em que se compromete a fazer a regularização dos alojamentos em situação precária, construir um refeitório, constituir uma comissão interna de prevenção de acidentes, com multa diária de R$ 1 mil em caso de item descumprido.

O valor pago pelos empregadores foi de R$ 124,6 mil, sendo R$ 8,25 mil com relação à Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) rescisório, e R$ 116,35 de valor total das rescisões, somado às indenizações por dano moral individual. A empresa ainda se comprometeu em doar uma picape para o efetivo da PF como indenização por dano moral coletivo.

O pagamento dos libertados foi feito na mesma semana da fiscalização. Já as reformas necessárias nos alojamentos e outras adequações exigidas ganharam prazo de até 120 dias para regularização.

Empresas
Consultada por meio de ligação telefônica pela Repórter Brasil, representante da CSM Agropecuária no escritório de Piracicaba (SP), no interior do estado de São Paulo, sustentou que a empresa não tem nada a declarar sobre o flagrante no Pará e que o ocorrido já havia sido totalmente resolvido. A funcionária que atendeu à reportagem, que se identificou como Mariline, não intermediou o contato direto com a direção e classificou o episódio como "fofoquinha".

Em nota divulgada à imprensa, a JBS Friboi, que busca se capitalizar com nova oferta de ações, informou que "assinou em 2005 o Pacto Internacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Escravo que afirma o compromisso de não adquirir gado de fazendas que realizam este tipo de conduta de trabalho".

A JBS declara utilizar "uma ferramenta interna, atualizada diariamente, que trava qualquer compra de fazendas que estejam na lista [suja]". Os empregadores responsáveis por manter trabalhadores em condição análoga à de escravo passam a fazer parte da "lista suja" após a conclusão do processo administrativo (iniciado a partir das operações) no Executivo federal.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A radiografia do PIG


Ser conservador no Brasil,em alguns aspectos,é defender uma sociedade injusta,desigual, corrupta e submissa.É colaborar com os interesses de grupos hegemônicos que buscam manter seus privilégios, em detrimento da perspectiva de um futuro digno de um povo. No Brasil- e ,sem dúvida, em outras freguesias -,os interesses das elites se propagam sobretudo através da grande mídia.Esta, por sua vez,assume o papel de comandar as forças reacionárias que combatem qualquer proposta de transformação político-social, se transformando informalmente num partido.
Publico a entrevista que o jornalista Mino Carta deu ao Jornal da Tarde em Salvador,publicada no site do Paulo Henrique Amorim, onde o jornalista comenta os meios pelos quais essa mídia desenpenha o seu papel.
Mino faz a autópsia do PiG (*). O PiG (*) dá medo
Publicado em 21/04/2010
O Mino e a Olivetti ganham todas



Mino esteve lá para falar na Universidade Federal da Bahia, a convite do deputado federal Emiliano José (PT).

E deu essa entrevista ao jornal A Tarde:


Qual o partido político da mídia brasileira ?

O partido do status quo,o partido do reacionarismo, do conservadorismo.
Do “que tudo fique como está”.

Incomoda estar à frente de uma revista que, para alguns segmentos da população brasileira, é declaradamente petista?

A mim não incomoda, porque tudo diz respeito à minha consciência. Eu sei que ela não é petista. Aliás, nunca fui filiado ao PT. Agora, as pessoas falam porque não lêem. Quem fala isso evidentemente não acompanha a revista. A Carta Capital critica o governo também. A única diferença é que a revista é a favor do desenvolvimento, do progresso, da democracia e de certos valores que o resto da mídia não cultiva.

Este ano, a Carta Capital vai declarar – como fez nas eleições passadas – apoio ao PT ?

Certamente. Eu acho que, em primeiro lugar, a importância disso é moral. Aos jornalistas é preciso pedir honestidade. Até hoje, a mídia brasileira alegou uma imparcialidade absolutamente falsa, que não tem nada a ver com a verdade dos fatos – com aquilo que eu chamo de a verdade factual. A revista diz: “Olha, é sim. Nós somos a favor, porque achamos este candidato melhor”. Mas, nem por isso sonegaremos informações ou – pior ainda – mentiremos em relação à campanha do outro candidato. A nossa revista é aberta para ouvi-lo, lutaremos até a morte para que ele possa dizer o que pensa. Mas, preferimos o outro porque no nosso entendimento é melhor. Isso é uma prática comum no jornalismo dos países civilizados. Nos Estados Unidos os grandes veículos fazem isso.

O que falta à imprensa brasileira para alcançar essa “maturidade” ?

Falta o progresso, que leva efetivamente a uma democracia autêntica, falta o desatrelamento dessas organizações midiáticas, mais ou menos monopolistas, que têm ligação umbilical com o poder e os donos do poder. O que não se conquista de um dia para o outro.

Em entrevista recente ao jornal A TARDE, o antropólogo Roberto DaMatta afirmou que o intelectual brasileiro teve de se virar do avesso, pois sempre “acusou a direita de ser a dona do poder e viu a esquerda subir ao poder e fazer a mesma coisa que a direita fez”. O senhor concorda?

É uma simplificação hipócrita. Eu acho que o PT no poder mostrou lados que realmente o aparentam com outros partidos que comandaram no passado. Isso, ao meu ver, é algo absolutamente inegável. Mas, resta saber o que é a “esquerda” brasileira. Acho que esquerda, no Brasil, não existe, é obra de ficção.Ou ele (Roberto DaMatta) é burro ou é hipócrita, não há muita alternativa. Cadê a esquerda brasileira ? Onde está ? Arnaldo Jabor é esquerda ? Ele diz que é. Posso enumerar uma quantidade grande de pessoas que não são é de nada.

O próprio DaMatta atribui à crítica cultural brasileira uma certa mediocridade. O que o senhor acha dos suplementos de cultura e revistas especializadas em crítica cultural do País?

Revistas de cultura eu não conheço. Eu folheio os suplementos de cultura brasileiros e acho medíocres, assim como todo o jornalismo brasileiro. Se você se der ao trabalho de pegar meia dúzia de jornais diários importantes publicados mundo afora e os confrontar com os nossos jornais, você vai botar a mão no cabelo. São ridículos. Além de serem mal impressos, sujam as mãos, são jactanciosos. Além de tudo, existe o assalto diário à Língua Portuguesa.

O que falta a estas publicações? Profissionais qualificados ou é um problema editorial ?

Conhecimento de mundo. A nossa, vamos chamar assim, burguesia-aristocracia”, que é bem representada nos nossos jornais, é de uma mediocridade absoluta e aterradora. É muito ignorante. Sem falar o que são as nossas universidades.
Você entra numa universidade e ouve meia dúzia de perguntas mais ou menos óbvias. Veja, por exemplo, as meninas (estudantes de comunicação da UFBA que participaram da entrevista coletiva) há pouco me perguntaram a respeito da censura. O Brasil ainda acredita que houve censura contra a imprensa. Mas não houve! Houve para alguns, que eram os corajosos, e só.

Como vê futuro do mercado editorial de revistas diante da popularização da internet ?

A internet pode, se bem usada – e essa é outra questão –conviver com outras publicações. Mas eu não acho que a internet está sendo bem usada. Está afastando as pessoas do convívio humano. Eu não chego perto do computador, porque sei que se eu me descuidar ele me engole. Tem uma bocarra dentuça que vai me mastigar inexoravelmente.

E por que a internet não está sendo bem usada?

Porque as pessoas estão atrás de besteiras. É claro que é um instrumento extraordinário nas mãos de uma pessoa culta, que vai visitar os museus, as bibliotecas, se interessar por coisas significantes. Mas é um instrumento na mão de covardes, que ofendem na internet se escondendo por trás de codinomes.

Entre os grandes veículos de comunicação do País, só Folha de S.Paulo tem ombudsman. A imprensa brasileira ainda não aprendeu a exercer autocrítica ?

Isso é ridículo. A Folha é um jornal partidário. Ombudsman, se existisse lá, deveria meter o pau todo dia no jornal. Ele trai os conceitos tradicionais que regem o jornalismo. Ombudsman não existe. Eu não conheço ombudsman do Guardian, do La Reppublica. Não tem (risos). É uma mania de grandeza de quem não chegou lá em hipótese alguma, nem chegará em cem anos.

Que impactos a não obrigatoriedade do diploma de jornalismo deve ter na qualidade do que é produzido?

Eu não acho que vá mudar nada, infelizmente. A esta altura eu at égostaria que o diploma tivesse algum significado. Mas não tem. Não se aprende nada numa escola de jornalismo. As boas escolas de jornalismo que existem nos Estados Unidos não existem na Europa, onde há cursos de pós-graduação. São faculdades muito ricas onde o que se ensina é a prática. O curso de jornalismo de Cornell edita uma revista semanal em papel fantástico, um jornal diário. Quem estuda lá, aprende a fazer como se estivesse numa redação, que é o que interessa. Jornalistas de qualidade têm que ter lido muito e bem a grande literatura de língua inglesa, por exemplo. Precisa ler muito para aprender a escrever.

O que o fato de a Veja ser a revista mais lida e a Globo ser a emissora de TV mais assistida dizem sobre a sociedade brasileira ?

Que ela é muito atrasada, vulgar e primária. Pensa o que é a Veja ? A Globo? São duas coisas lamentáveis. Acho que a imprensa brasileira dá medo. A esses colunistas que insistem em publicar o seu besteirol eu imagino o que diria Stanislaw Ponte Preta no seu FEBEAPA (Festival de Besteiras que Assola o País). A Argentina tem uma imprensa melhor, até porque é diversificada, tem posturas diferentes. Aqui ela é uma só.

E o que mudou na Veja na sua época e nos dias de hoje?

Quando eu saí de lá, fui substituído por uma equipe disposta a “fechar” com o governo, com posturas, a meu ver, lamentáveis. Mas era uma equipe competente. Hoje é um desastre total. É um bando de facínoras. A Abril está nas mãos de um grupo sul-africano que era a favor do Apartheid. Na Carta Capital, a gente sabe escrever, lida bem com o vernáculo. A gente não omite, não mente.



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

domingo, 18 de abril de 2010

Zé Alagão: o expoente do neoliberalismo

O filósofo e cietista político, Emir Sader, publicou em seu blog um texto analisando as candidaturas do Serra e da Dilma. Veja o texto
Emir Sader: por que Serra é o candidato legítimo da direita
Publicado em 12/04/2010

Por Emir Sader, em seu blog
Assumiu com todo o ímpeto, achando que ia se consagrar. A ponto de ter proferido um conjunto de besteiras, como, entre outras, a de que “a globalização é o novo Renascimento da humanidade”. E lá foi ser “droit” na vida.

Vestiu a carapuça que Roberto Marinho procurava. Se atribui a ele a frase, diante da queda tão chorada do Collor: “Foi o último presidente de direita que conseguimos eleger”. Se supunha que tinham de buscar em outras hostes o continuador de Collor. E acharam FHC.

Que teve a audácia de chamar o PFL, partido nascido da ditadura, com ACM, Marco Maciel, Jorge Bornhausen, como seus dirigentes pára- representativos, que tentavam se reciclar para a democracia, buscando apagar seu passado. Tucanos e pefelistas foram a base de sustentação firme do governo, que agregou o PMDB (governista, como sempre) e outros partidos menores.

Esse foi o eixo partidário do projeto neoliberal de FHC. Que pretendia ser para o Collor o que o Toni Blair foi para a Thatcher: deixar que Collor fizesse o trabalho mais sujo do neoliberalismo — privatizações, abertura da economia, enfraquecimento substancial do Estado, precarização das relações de trabalho —, para que ele aparecesse como a “terceira via”. Como Collor fracassou, FHC teve que vestir o tailler da Thatcher e implementar a ortodoxia neoliberal.

Serra nunca se deu bem com FHC — como, aliás, com ninguém, com seu gênio de turrão, de mal-humorado, que nunca sorri, que atropela a tudo e a todos que vê como obstáculos. Serra sempre disputou com FHC dentro dos tucanos, era seu rival. Perdeu e teve que aceitar o Ministério do Planejamento do governo, sem poder algum, mas tendo que referendar o Plano Real. Depois foi para a Saúde, para tentar preparar sua candidatura à Presidência. Tentou manter distância do governo de FHC, sabendo que quem se identificasse com o governo, perderia. Não consegui e foi derrotado fragorosamente no segundo turno.

Em 2006, temeu por uma nova e definitiva derrota, além do que, pessoa com péssimas relações com todo mundo, perdeu para Alckmin o foro interno dos tucanos e teve que se contentar com esperar. Volta agora como o candidato do bloco que passou a ocupar o espaço da direita no campo político brasileiro.

A oposição aceita Serra não de bom grado, em primeiro lugar porque ele tem relações ruins com todos. Em segundo, porque ele não quer assumir o figurino – vestido com desenvoltura por FHC, por Sergio Guerra, por todo o DEM – de bater duro no governo Lula, de assumir claramente o papel de oposição ao governo. Porque Serra sabe que o sucesso do governo Lula demonstra que esse é um caminho seguro de derrota.

É um casamento de conveniência, mas não havia outro lugar se Serra ainda tem alguma esperança de ser presidente. Às vezes, pela fisionomia e pelas palavras dá a impressão que ele sai candidato com resignação, consciente que é sua ultima oportunidade, mas que sabe que vai para o matadouro, para a derrota inevitável.

O campo político não é definido pela vontade das pessoas. Ele tem uma objetividade, resultado dos enfrentamentos e das construções de força e de aliança de cada bloco. A bipolaridade não é um desejo, é uma realidade. São dois grandes blocos que se enfrentam, com programas, forças sociais, quadros, objetivos e estratégias contrapostas.

Dilma representa o aprofundamento do projeto de oito anos do governo Lula, ocupa o espaço da esquerda no campo político. Serra representa as mesmas forças que protagonizaram os oito anos do governo FHC, que implementou o neoliberalismo no Brasil, governo de que o próprio Serra foi ministro todo o tempo. São dois projetos, dois países distintos, dois futuros diferenciados, para que o povo brasileiro os compare e decida.

Mídia e Recursos Públicos

A grande mídia nacional está imensamente preocupada com o crescimento da candidatura da Dilma a presidência da República. O motivo,segundo o jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim,é a redução maciça de entrada de dinheiro público nos caixas das empresas,fenômeno que se intensificaria com a vitória da ex-ministra.Reproduzo abaixo o texto do jornalista.

Só o Serra salva as empresas do PiG (*). Daí, o desespero
Publicado em 18/04/2010 Compartilhe | Imprima | Vote (+5)

A Globo é a mais vulnerável




Na revista Carta Capital desta semana, na pág. 27 (clique aqui para ler ), Leandro Fortes (**) conta que a Folha (***) “demorou CINCO DIAS para publicar o desmentido enviado pela assessoria da candidata e reconhecer formalmente o erro”.

O erro foi um erro ou foi de propósito ?

O erro foi inventar uma frase que a Dilma não disse: “eu não fugi da luta e não deixei o Brasil”.

Nos cinco dias em que a Folha (***) censurou a carta de desmentido, o PiG (*) dançou e rolou em cima do “erro”.

A Folha já tem uma rubrica no passivo com a Dilma: a ficha falsa.

E a circulação da Folha (***) é a que mais cai, dos jornais impressos.

A Abril e a Veja – a última flor do Fáscio (****) – não sobrevivem a outro mandato presidencial sem compras maciças de livro escolar.

O negócio de revistas desaba, a ponto de a internet, hoje, ter mais publicidade que as revistas.

A situação da Globo é a mais crítica.

Ela faz negócios escusos com o Serra, à luz do sol.

Como a operação para o Serra agasalhar um terreno que a Globo – como a Cutrale – invadia há 11 anos, num ponto valorizado da cidade de São Paulo.

O bolo publicitário da tevê brasileira não cresce, significativamente.

A TV Globo, durante trinta anos, cresceu com uma equação – 50% de audiência e 75% da verba publicitária.

Como a tevê absorve 50% de toda a publicidade brasileira, ela tinha 75% de 50%, ou seja, de cada R$ 1 investido em publicidade no Brasil, ela ficava com R$ 0,37.

Essa equação – inaceitável num regime de democracia – mudou.

O bolo não cresce e as concorrentes começam a tomar audiência e faturamento dela.

Ela não vai conseguir ser o que é, com menos audiência e menos dinheiro.

A qualidade vai cair – e a concorrência se acirrará.

No campo da imprensa escrita, a Globo acaba de ganhar em seu território, o Rio, um adversário considerável, o grupo português “Ongoing” – ler na Carta Capital desta semana, na pág. 50.

O “Ongoing” lançou um jornal de negócios, o Brasil Econômico, para ir para cima do Valor, que é da Folha e do Globo, e acaba de comprar um jornal popular no Rio, O DIA.

Os portugueses querem ir para a televisão

E já entraram nos nichos do mercado onde há oxigênio para a imprensa escrita: o popular e de negócios.

Ou seja, a Globo passou a ter um corrente de peso a lhe morder os calcanhares, já que o grupo vem de Portugal com variados interesses empresariais.

Logo no início do Governo Lula, o professor Wanderley Guilherme dos Santos dizia que a mídia impressa brasileira só tinha um poder remanescente: o de gerar crises.

(Como, agora, a de Belo Monte …)

Gerar crises para tomar uma grana do Governo.

É o que faz o PiG(*).

E mais, como demonstrou a presidente da associação dos jornais: hoje, no Brasil, o PiG(*) é a oposição.

(Ainda mais que o candidato da oposição não tem o que dizer. A não ser que sempre foi candidato. O que sempre se soube.)

Esta eleição de 2010 coincide com o aparecimento de um nova realidade empresarial: a entrada da internet no jogo e a democratização das fontes de informação.

O PiG(*) brasileiro só tem uma salvação.

Eleger o Serra.

Pelo menos no Data-da-Folha.

Daí, o desespero.

Paulo Henrique Amorim

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista


(**) Leandro Fortes e a Carta Capital são dois dos alvos, na imprensa, de (desde já perdidas) ações judiciais de Gilmar Dantas (*****). O Supremo ex-Presidente do Supremo ignora o que o colega Ricardo Lewandowski disse hoje ao Estadão, pág. A12 : Qual o limite da privacidade ?, pergunta o Estadão. “Em matéria de interesse público, o limite é muito estreito”, ele respondeu. Perguntou o Estadão: E o limite da liberdade de imprensa? Disse Lewandowski: “Há um núcleo essencial de privacidade que não deve ser atingido. Mas em se tratando de interesse publico E DE FIGURAS PÚBLICAS (ênfase minha – PHA), esse núcleo se estreita”.

(***)Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.


(****) Na capa da Veja desta semana, a única coisa que conseguem destacar de um panegírico do Serra é que ele se preparou a vida toda para ser Presidente. E, eu, para ser astronauta da NASA.

(*****)Clique aqui para ver como um eminente colonista (******) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (******) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(******) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A CNTE comanda o movimento em defesa da valorização da educação pública.De 19 a 25 de Abril ocorrerá a 11ª Semana Nacional em Defesa da Educação Pública. Participe!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O cantor Cazuza, ja afirmava em meados dos anos oitenta: " a burguesia fede e quer ficar rica". Bem, se o nobre poeta e cantor rebelde tem razão não sei, contudo, essa mesma burguesia se considera ilustrada,iluminada e, acredite, muito cheirosa.
Fazendo a cobertura do lançameto da candidatura do José Serra, a reporter e colunista do jornal Folha de Sao Paulo, Eliane Catanhede, alem de não disfarçar a sua satisfação em estar presente ao funesto evento, comentou que o mesmo se caracterizou pela presença de muitas pessoas e pela bagunça, e que dessa forma, o PSDB estaria se transformando num partido popular,de massas. Porém, a nobre reporter e colunista, ressalta que, segundo um assessor do Serra, o agremiação realmente se transformou num partido de massas,mas uma "MASSA CHEIROSA". Isso mesmo, Massa Cheirosa.
Resta saber,caros amigos, onde estão os que não cheiram,ou melhor, fedem segundo a Folha e os tucanos. Estão na periferia e nas favelas? com certeza,a massa cheirosa do PSDB, não está nesses recantos do nosso Brasil. Provavelmente, está nos condomínos luxuosos e murados, sinônimos do apartheid social existente nas grandes cidades, refúgio que se assemelha a um cárcere onde seu ilustre morador é a chamada massa cheirosa.
Por onde anda Cazuza...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Greve em Parnamirim

Em defesa dos seus direitos,melhores condições de trabalho e de um sistema de educação público de boa qualidade, os professores da rede municipal de Parnamirim estão em greve e, enfretam,bravamente,toda sorte de mentiras e ameaças por parte dos gestores das unidades de ensino.
Os alvos das presões são os professores que estão no período propabotório. Os mesmos, amparados pela lei que os garante o direito de participar do movimento grevista, estão sofrendo "conselhos" dos diredores para que retornem ao trabalho,sob a pena de serem excluídos do serviço público. O argumento é que eles não podem aderir a greve poís estão no período probatório. Discurso leviano e que expressa apenas os interesses individuais e mesquinhos daqueles que ocupam cargos comissionados e temem que uma das reivindicações da greve, as eleições para diretores e vice nas escolas, sejam atendidas.
A greve é legal, a adesão é forte e as reivindicações são justas. Resta-nos lutar, combater o clientelismo e promover melhorias significativas no sistema educacional público de Parnamirim, num processo longo e contínuo em que a greve é uma das armas, dentre outras tantas utilizadas exaustivamente, como o diálogo e manifestações, no combate ao autoritarismo das autoridades competentes.